Fanfic - um bebê a caminho -
Esta Fanfic foi feita Pela : Paullete
Capitulo 1 O jornal
Apertava com força o punho que segurava o jornal da escola enquanto andava pelos corredores furioso. No geral ignorava todas as publicações da fofoqueira da Peggy, mas quando viu sua foto com Paullete e uma cegonha na capa foi impossível não ler.
Estava com raiva, raiva de tudo. Raiva da Peggy por sempre se meter na vida dos outros, raiva de Paullete que não lhe falara nada e raiva de si mesmo. Estava furioso com si mesmo por ter deixado as coisas chegarem aquele ponto. Quando Debrah voltou com uma proposta irrecusável não conseguiu pensar em outra coisa e agiu como um amigo. A presença de Debrah o afetava tanto que não viu quem a ex namorada realmente era e só descobriu a verdade depois de ter feito a maior besteira de todos os tempos.
Paullete a sua namorada, a garota que sempre lhe dirigia um sorriso, adorava esportes e parecia irradiar uma luz que fazia todos gostarem dela. Ela entrara na Sweet Amoris no final do anterior e por mais que tivesse tentado resistir a atração inicial que sentira por ela tudo se mostrou infundado quando nas férias um surfista amigo deu encima dela.
Lá estava ela, mexendo no seu armário enquanto pegava seus livros. Andava rapidamente em direção a garota que parecia alheia a todas as fofocas que a rondavam. Ela estava mais pálida e parecia um pouco doente também. O ruivo vai até ela e a puxa pelos ombros a fazendo encará-lo.
- O que isso significa? – Castiel perguntou exibindo a primeira página do jornal da escola.
Os olhos rubros da garota se arregalaram. Aquilo era realmente real? Peggy realmente havia ouvido demais e publicado uma matéria enorme no jornal falando a respeito. Paullete lia rápido a matéria e quanto mais lia, mais a vontade de sair correndo e se esconder crescia. O texto falava sobre a mais nova grávida da Sweet Amoris, sobre como era difícil ser mãe solteira depois de ser rejeitada pelo namorado na frente de toda a escola.
A garganta dela secou no mesmo instante, não que tudo o que estava ali era verdade. Mas ver o modo como o fim do seu namoro estava ali no preto no branco, o modo como sua gravidez estava exposta para todos verem e como Castiel a encarava. Eram coisas demais para ela, definitivamente.
- Então é verdade? Quando planejava me contar? – havia um pontada de desprezo em sua voz.
Aquele tom, aquele desprezo era torturante. O modo como ele a encarava fazia com que se sentisse um nada, era a mesma sensação que sentira quando ele a expulsara da sua vida. Quando mandara que ela nunca mais chegasse perto dele ou das pessoas importantes para ele.
- Eu descobri um dia depois do show, mas não tive a chance de te contar, tive? – Paullete juntou toda coragem que guardava dentro de si para falar – Não já que você só pensava na Debrah e na sua proposta incrível e depois você me expulsou da sua vida, lembra? “Nunca mais se aproxime de mim ou das pessoas importantes para mim”. Não sou mais sua namorada e não te devo nada, agora com licença Castiel! Tenho que ir para a próxima aula.
O ruivo se surpreendeu, não estava acostumado a uma explosão da namorada. Mas as palavras delas eram verdadeiras, ele havia sido estúpido e sabia disso. Quando Debrah foi desmascarada Castiel pensou em ir atrás de Paullete, mas ela aprecia tão distante e era difícil para ele admitir que errara. Mas ele planejava ir atrás dela naquele dia, esclarecer tudo e voltar com ela. As coisas não estavam saindo com o planejado.
- Isso não justifica o filho é meu, eu tinha o direito de saber! Já fazem duas semanas! - ele disse irritado – esse filho é meu, certo?
O ruivo amava aquela garota, como amava. Ele ficou tanto tempo tentando evitar se apaixonar e quando aconteceu ele jogou tudo a perder. Mas ela ainda era a sua garota e ele mataria o cara que se aproximasse dela, o bebê tinha que ser seu. Ele apenas queria confirmar o caso. Só que ela não via com esses olhos, para ela aquilo fora o basta. O ponto final que determinara que eles jamais voltariam, ela jamais trairia Castiel, mas aquela acusação fora demais.
O barulho estalado de um tapa ecoou por todos os corredores. A bochecha de Castiel estava vermelha enquanto ele olhava atordoado para a ex-namorada. Grossas lagrimas escorriam por sua face, ela nunca estivera tão irritada.
- Se esse filho é seu? – ela disse com raiva – você é mesmo um amigo Castiel! É claro que ele é seu!
Depois disso a garota de cabelos prata fechou seu armário com força e saiu correndo em direção ao banheiro feminino. Os cochichos no corredor só se tornaram ainda mais altos. O ruivo deu um soco no armário antes de ir até o pátio, havia estragado tudo. De novo.
Naquele instante Paullete estava trancada dentro de uma das cabines do banheiro chorando sem parar. Em sua mente ela não conseguia deixar de pensar em porque Castiel tinha que ser tão complicado, porque as coisas não poderia ter sido mais simples? Já era difícil demais estar grávida, mas o ex-namorado conseguiu tornar tudo ainda mais difícil.
Ainda encolhida dentro do pequeno Box a adolescente pegou o celular e começou a ligar para a única pessoa que talvez pudesse ajudá-la um pouco. Sua madrinha, a gentil dona de uma loja de brinquedos que passava o dia divertindo crianças com uma roupa de fada de cabelos róseos. Aquela madrinha que sempre a apoiara tinha que ajudá-la.
Com os dedos trêmulos digitou o numero e se agarrou ao celular torcendo para que a madrinha atendesse o telefone mesmo sendo relativamente muito cedo. Os segundos pareciam intermináveis até que a ligação finalmente fosse atendida.
- Paully querida, tudo bem? Porque está me ligando tão cedo, não devia estar na aula?
Capitulo 2 – Turbilhão de sentimentos
Paullete não sabia quanto tempo ficou trancada naquele Box falando no celular com a madrinha, mas quando se deu conta já havia desabafado sobre tudo o que estava acontecendo, havia perdido a primeira aula e grossas lagrimas escorriam de seus lábios.
- Paully se cuide, qualquer coisa eu sempre estou aqui para você. Mas pense no que eu lhe disse, certo? – disse a madrinha do outro lado de telefone se despedindo – Estarei sempre aqui para você.
- Obrigada madrinha – disse a jovem entre soluços e depois desligou o celular.
Já havia perdido a primeira aula e ainda faltava um tempo até a segunda e não se sentia a vontade em andar pelos corredores sem rumo. A verdade é que a garota tinha medo de encontrar com o ex namorado. Castiel quase nunca assistia as aulas e as chances de encontrar com ele no corredor, afinal o ruivo não costumava assistir as aulas e ela não se sentia pronta para encará-lo cara a cara.
A adolescente se sentia tão confusa, eram tantos sentimentos dentro de si e provavelmente mais da metade da confusão era graças aos hormônios extras e a variação de humor típica da gravidez.
Mas todos os sentimentos se transformaram em um quando a porta do banheiro foi aberta e ela ouviu passos. Pânico era isso que sentia, a jovem tinha medo de quem poderia ser. Não que Castiel fosse entrar no banheiro feminino, mas sempre havia a chance de ser Amber ou Peggy, ou talvez qualquer outra pessoa para rir dela. Sua reputação devia estar péssima depois da mais recente reportagem de Peggy.
Batidas foram ouvidas na porta, a adolescente de cabelos perolar se encolheu ainda mais sobre a tampa do sanitário. Uma prece silenciosa foi feita esperando que a pessoa do outro lado do Box ao não ter resposta simplesmente a ignorasse ou fosse embora.
- Paully, você está ai? Por favor abra a porta – ela ouviu uma voz masculina.
Ela conhecia aquela voz, como conhecia e seu coração se sentiu um pouco aliviado ao ouvi-la. Não era Castiel, mas sim o seu melhor amigo desde o jardim de infância Kentin. Os dois foram vizinhos durante muito tempo e fizeram vários castelinhos na areia e tortas de lama quando menores. Se separaram quando Kentin foi para o colégio militar e Paullete para Sweet Amoris, mas o moreno voltara para sua vida a pouco tempo quando se matriculara na mesma escola que ela.
- Isso é um banheiro de meninas, saia daqui Ken! – a garota tentou soar confiante mesmo não estando.
O moreno se sentava atrás de Bia na sala de aula e ouvira a garota contando para Viollete sobre as últimas fofocas. No geral o moreno achava toda aquela falação tediosa, mas ao ouvir o nome de Paullete a conversa chamou sua atenção e ele não gostou nada do que ouvir. A primeira contava sobre a cena no corredor entre Castiel e Paullete que Peggy lhe contara. Não que Peggy e Bia fossem confiáveis, mas Paullete não era de faltar na aula.
Kentin era apaixonado pela garota que naquele instante estava encolhida dentro do Box. Mas quando ele voltara determinado a conquistá-la e mostrar que agora podia protegê-la e não o contrario ela já tinha um namorado e parecia feliz com ele. O garoto se resignou ao papel de melhor amigo, mas agora aquele ruivo a fizera chorar e isso era imperdoável.
- Eu não vou sair, nem que a diretora ameaça me expulsar daqui – falou o moreno em tom firme – não vou te abandonar, então porque você não sai daí para que possamos conversar?
A garota parou para pensar nas cosequencias de abrir ou não a porta. Se pudesse ficaria ali escondida para sempre e nunca mais sairia daquele banheiro, mas ela própria sabia que isso era impossível mas talvez ter Kentin ao seu lado ajudasse. Ele sempre fora um bom amigo.
Com a mão tremula e de forma lenta ela abriu a porta do Box, mas não saiu, continuou ali como um rainho encolhido e assustado. O moreno a abraçou forte e deixou que ela chorasse tudo o que tinha para chorar em seus braços. Ele não ultrapassou o limite da amizade, não queria assustá-la. Mas ele ficaria ao lado dela e se Castiel não assumisse a criança ele faria com orgulho.
O ruivo por incrível que pareça estava na sala de aula, ele na verdade tinha a esperança de encontrar Paullete lá. A garota nunca faltava a aula e por isso o ruivo estava ali, depois de esfriar a cabeça ele sabia que não devia ter dito tudo aquilo. A garota de olhos rubros jamais iria o trair, ele fora um estúpido. O pior de tudo era aquele garoto, Castiel nunca confiara nele.
Kentin, ele chegará do nada e vivia de abraços, sorrisos e oferecendo bolos para a sua garota! Castiel o odiava e provavelmente já teria quebrado a cara dele a cada instante que ele se aproximasse de Paullete se isso não fosse fazê-la chorar. Já que ela o considerava o melhor amigo, melhor amigo de merda na opinião do ruivo. O pior é o moreno havia saído faz tempo e não voltará, ele com certeza estava com Paullete.
Um sentimento de ódio se apossou do ruivo, ele se levantou da cadeira abriu a mochila e com o braço jogou o caderno e o estojo dentro da mochila. O professor o olhou irritado, mas o ruivo o ignorou saindo da sala de forma firme. Estava determinado a encontrar Paullete.
A primeira aula já estava quase acabando e logo os corredores ficariam abarrotados de gente e seria difícil encontrar a garota sendo ela uma tabua baixinha, na opinião do ruivo obviamente.
Naquele momento Paullete já saíra do banheiro e se encontrava escondida na estufa do clube de Jardinagem com Kentin. Ele abraçava a menor de forma protetora tentando a confortar, a menor não costumava ser chorona mas a culpa provavelmente era dos hormônios da gravidez.
Só que é claro que Castiel chegou bem naquele momento com os dois abraçados e o moreno acariciando de leve o braço da garota enquanto a cabeça dela repousava sobre o ombro do maior. O ruivo travou o maxilar e suas mãos se fecharam em forma de punho tamanha a cólera que sentiu ao ver aquela cena.
Ele não pensou, é claro que não, ele simplesmente puxou a sua garota pelo braço para longe do outro garoto sem se importar com o fato de que estava apertando seu pulso forte demais. Os melhores amigos se assustaram com a súbita interrupção da parte do ruivo.
- Castiel o que você pensa que está fazendo! – Paullete falou irritada.
A jovem ainda tentava soltar seu braço que era segurado fortemente pelo ruivo, por mais que a voz de Paullete tivesse mostrado a sua raiva ela também estava assustada. Muito para falar a verdade, não se lembrava de já ter visto o ex-namorado tão bravo quando naquele instante.
- O que eu penso que estou fazendo? O que você está fazendo se esfregando com esse babaca – berrou o ruivo apontando para Kentin.
Castiel estava queimando de ciúmes por dentro, odiava ver a garota tão perto daquele baixinho metido só porque sabia alguns golpes de luta. Ver os dois assim tão próximos o deixou tão irritado, cheio de ciúmes e querendo quebrar a cara do garoto por ter chegando tão perto de Paullete e se aproveitado do seu momento sensível. Não que o ruivo fosse admitir que sentira qualquer uma dessas coisas, obviamente.
- Você que é um babaca por tê-la feito chorar – falou Kentin se metendo entre os dois e empurrando o ruivo – porque não a deixa em paz? Seu idiota, você não tem nada haver com isso.
Kentin por dentro estava morrendo de medo do ruivo, sempre teve um pouco de medo dele. Mas não iria fraquejar agora, não iria ser um covarde como o garoto que era antes do colégio militar. Ia proteger Paullete de tipos idiotas e arrogantes como o ruivo e depois a conquistaria. Só que é claro que o moreno precisava sobreviver a ira do rapaz a sua frente.
- NÃO TENHO NADA HAVER COM ISSO? – o ruivo berrou empurrando Kentin, a essa altura já havia se esquecido de Paullete e a soltado – É VOCÊ QUE ESTÁ SOBRANDO SEU BABACA! ELA É A MINHA GAROTA, EU SOU O PAI DO BEBÊ E VOCÊ QUEM É?
- EU SOU O MELHOR AMIGO DELA! O CARA QUE ESTÁ AO LADO DELA QUANDO ELA PRECISA E NÃO O QUE SÓ A MAGOA E FAZ CHORAR! QUE PREFERE ACREDITAR NA EX-NAMORADA EM VEZ DE NA ATUAL – berrou Kentin de volta.
- VOCÊ NÃO TEM NADA HAVER COM ISSO? O FILHO É MEU! VOCÊ É SÓ UM ABELHUDO APROVEITAR QUE QUER SE APROVEITAR DE UMA GAROTA FRAGIL! – berrou o ruivo de volta empurrando Kentin contra a parede da estufa e se preparando para socá-lo.
Foi Paullete quem se colocou na frente do amigo de forma protetora e com os braços estendidos. O coração da mesma batia acelerado com medo do ruivo estar tão fora de si que a machucasse. Sempre confiou muito no garoto, mas seu coração ainda estava muito magoado para as coisas serem como antes.
- Parem com isso, OS DOIS! – falou a jovem irritada – a garota frágil é perfeitamente capaz de decidir com quem fala e o que faz da vida dela! Castiel quem você pensa que é para se meter na minha vida! Você me expulsou dela! Kentin obrigada pelo proteção, eu aprecio isso mas essa é uma batalha que tenho que lutar sozinha.
Ambos os rapazes engoliram em seco, no geral nenhum dos dois teria dado importância a esse papo de a luta é minha. Kentin porque queria a proteger e sabia que por mais que as vezes se fizesse de forte a garota era bem frágil por dentro e Castiel porque nunca aceitaria ordens vindas de outra pessoa, ele gostava da liberdade e odiava ser contrariado. Mas a áurea ao redor da garota mostrava o quão perigoso isso tendia a ser. O problema é que depois do susto inicial o ruivo recuperou o controle e fez algo extremamente estúpido.
Com um sorriso torto nos lábios que beirava a presunção o ruivo deu um passo na direção da garota e a roubou um beijo. Não foi planejado, ele apenas a achou tão bonita com aquela expressão irritada que quis beijá-la. Fazia duas semanas, duas semanas que não tinha a garota perto de si. Era torturante a ver pelos corredores e não poder beijá-la, sempre se fez de marrento, mas ele realmente sentia falta dela.
A garota levou um susto e no primeiro momento tentou se afastar, mas o garoto a prendia firmemente entre seus braços não estando nem um pouco disposto a soltá-la. A língua dele invadiu a sua língua e ela se viu tomada pelo garoto que amava, por mais complicado que o ruivo fosse.
Os dois só se soltaram ao ouvir Kentin forçar uma tosse. Paullete pulou para longe de Castiel lhe lançando um olhar zangado, mas ele apenas sorria com as mãos nos bolsos. O cheiro do perfume amadeirado de Castiel ainda estava no ar, mas naquele instante ele não parecia tão saboroso, antes que pudesse raciocinar a adolescente já se via vomitando sobre os sapatos do ex-namorado.
O ruivo não sabia o que fazer, ele deu um pulo para trás se sentindo nauseado com o cheiro do vomito. Seus sapatos estavam sujos com o que teria sido o café da manhã da adolescente cereal, leite e suco mas naquele instante a mistura estava nojenta.
Quando seu estomago se aquietou a garota simplesmente saiu correndo, com medo... Medo de vomitar de novo, dos garotos voltarem a brigar, de falar com Castiel, de ser beijada – mesmo achando difícil ele beijá-la depois de vê-la vomitar – enfim, estava com muito medo.
Correu pelos corredores que ainda tinham alguns alunos que iam de forma mais lenta para suas salas. Assim que localizou o bebedouro foi até ele, com a esperança de beber algo e lavar o gosto horrível de seus lábios. Começou a tomar a água e logo depois colocou uma bala na boca. Já estava indo para sua próxima aula quando alguém toca seu ombro.
- Há, há, há se não é a maior vaca da Sweet Amoris – disse uma voz fina.
Capitulo 3 -Não mecha com a minha garota
Não haviam muitas pessoas no corredor, mas todas olhavam para a pequena discussão que começava a se travar perto do bebedouro. Na verdade discussão era eufemismo para o grau da situação, Amber e suas duas escudeiras cercaram Paullete e a encaravam friamente.
O coração da futura mamãe da Sweet Amoris batia acelerado, nunca fora de brigar muito e sabia que a loira era praticamente intocável naquele colégio. O irmão não gostava de puni-la e a diretora sempre acreditava naquela cara de falsa anja dela. Arrumar briga com Amber nunca era algo bom, mas depois do encontro tempestuoso com Castiel a adolescente também não queria abaixar a cabeça.
- O que você quer Amber ? – falou Paullete tentando soar confiante.
A loira estava mais do que apenas irada com a jovem a sua frente. Amber era apaixonada por Castiel desde pequena e prometera para si mesma que o conquistaria, mas na mente de Amber a única coisa que os atrapalhava era a novata que chegará com uma cara de sonsa e conquistou a todos. Amber devia ser adorada, todos deviam brigar por sua atenção e Castiel devia correr atrás dela, mas nada disso acontecia e a culpada de tudo isso era Paullete na mente dissimulada de Amber. Paullete roubara tudo o que deveria ser da loira e isso era imperdoável.
- Vim assistir ao espetáculo, não podia perder a chance de te ver mostrando quem realmente é – falou Amber se aproximando de forma perigosa da outra – uma grande vaca que está tentando dar o golpe da barriga.
O sangue subiu direto até o rosto da jovem grávida, mas não foi de vergonha mais sim de ódio. A loira estava insinuando que ela ficará grávida para dar o golpe? Aquilo era demais para a mente da adolescente, ela nunca quis engravidar aos 17 anos muito menos do ex-namorado que devia continuar a ser ex não importava o quanto ela ainda o amasse.
- Creio que está no lugar errado, pois a única vaca que eu vejo é você – disse a grávida com o orgulho ferido – mal amada que só quer atenção. Me deixe em paz Ambre, não tenho tempo para você hoje.
- Claro que não, agora que foi recusado por Castiel vai tentar dar o golpe em quem falando que o coitado é o pai da criança? – o tom de Amber era maldoso e cruel.
Aquelas palavras machucaram a vitima, mesmo a mesma sendo inocente. Paullete só havia namorado 1 vez antes de Castiel e beijado 2 garotos e tudo isso foi antes dela entrar na Sweet Amoris, mas mesmo assim nenhuma garota gosta de ser chamada de vaca rodada.
Tomada pelo ódio mais os hormônios da gravidez que mexiam com o seu humor tudo o que Paullete queria fazer era dar um belo de um tapa na cara entupida de maquiagem de Amber. Motivada pelo ódio foi isso que a mesma tentou fazer, mas Amber não estava sozinha e foi só estalar os dedos que Li e Charlote se colocaram em sua frente e empurraram a garota de olhos rubros para trás.
Tudo aquilo aconteceu muito rápido, como que ensaiado e a única perdida era Paullete que não vira as 3 patricinhas trocando bilhetes durante toda a aula e planejando humilhar a garota que ousará engravidar do futuro namorado de Amber.
Paullete já fechara os olhos esperando a dor de ter suas costas batendo com tudo no chão. Mas antes que isso acontecesse alguém a puxou pelo braço e tudo o que sentiu foi o seu corpo batendo contra outro e o barulho de algo se chocando com o armário.
A verdade é que Castiel virá toda aquela cena e simplesmente decidira se meter no meio. Não suportava a loira nariz empinada e suas seguidoras e não deixaria elas machucarem a sua garota, ou quase isso. O Ruivo a puxará para evitar a sua queda mas quase se desequilibrara e acabou batendo as próprias costas na parede.
- O que pensa que está fazendo com a minha garota? – falou o ruivo com um sorriso sarcástico nos lábios.
Nenhuma das quatro garotas envolvidas na discussão soube o que falar, a verdade é que nenhuma delas esperava que logo o ruivo fosse aparecer. Amber ficou com as faces coradas em uma mistura de raiva e vergonha, abriu a boca algumas vezes para falar mas as palavras pareciam fugir de sua boca.
Então a loira simplesmente saiu dali em passos apreçados sendo seguida pela morena a asiática. Os alunos que se acumularam no corredor assistiam a cena fascinados, Peggy tirava algumas fotos enquanto memorizava tudo para publicar no jornal sorrindo internamente. Havia conseguido mais um furo de reportagem.
O ruivo ainda abraçava fortemente a garota sentindo seu corpo junto ao dela, o seu perfume... Como ele gostava daquela tabua tampinha, e parecia ter ferrado tudo. Mas ele não ia desistir e agora havia o bebê, não que o ruivo quisesse ser pai porque ele não queria. Mas talvez isso ainda fosse útil.
O cheiro do ruivo, os braços dele e toda aquela situação deixaram Paullete desarmada e em um profundo estado de relaxamento. Queria apoiar a cabeça no peito de Castiel, sorrir e agradecer e talvez beijá-lo. Sentir-se segura como só ele era capaz de fazer.
Os alunos cochichavam uns para os outros, mas o tom de voz foi aumentando e isso despertou a garota do transe em que se encontrava. Quase que como se tivesse levado um choque a jovem pulou para longe do ruivo que fechou a cara para a ação da garota.
- Como assim sua garota?Não sou a sua garota! – falou Paullete cruzando os braços.
O ruivo estava cansado daquele lenga, lenga. Nunca foi a pessoa mais paciente do mundo e toda aquela enrolação o estava deixando frustrado. Ele ainda amava Paullete e a garota o amava, além do fato dela estar grávida dele. Porque eles não podiam simplesmente voltar?Ele estava arrependido de não ter acreditado nela, ela não precisava fazer tanto doce por isso.
- Você é a minha garota – ele falou sério e categórico – a minha namorada, a mãe do meu filho e ponto final. Então pare de dificultar as coisas...
Talvez se ele tivesse falado de outro modo ela tivesse perdoado-o. Mas não daquele jeito, ele não se desculpou por não ter acreditado nela, ele não pediu para ela voltar para a sua vida, ele simplesmente mandou nela esperando que ela obedecesse. Talvez em outros tempos ela não teria ligado para o assunto, mas as coisas mudaram. O modo como todas as pessoas ao seu redor a magoaram a mudou, queria ter tido mais crédito com os amigos e agora se sentia incapaz de lhes dar mais créditos.
- Eu não sou a sua garota – a jovem disse em tom categórico, por mais que seu coração quisesse falar o contrário – e não estou dificultando as coisas. Eu só não posso ser a garota de um cretino que me expulsa da vida dele sem me deixar falar nada e depois quer agir como se nada aconteceu.
Depois disso o surto de coragem da adolescente quase que evaporou e por isso foi praticamente correndo para a sala de aula onde fez questão de sentar em frente ao professor e ao lado de Nathaniel. Ali estaria segura de mais abordagens do ex namorado.
O professor passava a matéria mas os pensamentos da garota de cabelos prata ainda estavam em Castiel e talvez fosse por isso que ela olhava a foto que ainda guardava dos dois juntos a caminho da corrida de orientação no ônibus. A foto era simples, mas representava momentos em que eles foram felizes. Paullete teve que segurar o ímpeto de chorar no meio da sala. Não queria dar mais uma matéria para Peggy ou mais um motivo para as pessoas conversarem.
Kentin assistia a amiga a duas carteiras de distancia e seus sentimentos se conflitavam entre quebrar a cara de Castiel e abraçar a melhor amiga de infância enquanto prometia que a largaria jamais. Queria ser o cara certo para e sabia que se ao menos tivesse uma chance. Suspirou, seria no fim daquele dia que finalmente admitira seus sentimentos.
Dentro de sua mala havia um ursinho de pelúcia que usava uma blusa branca com um coração de estampa. Daria o ursinho para a amiga e diria o que sente, talvez... apenas talvez tivesse uma chance. Talvez as coisas não estivessem perdidas.
Castiel estava largado no porão extremamente frustrado com aquela situação, segurava sua guitarra enquanto tocava uma música. Paullete não facilitava as coisas e estava mais explosiva que o normal, mas ele não iria desistir. Ela era a sua garota quer ela quisesse ou não.
Não que o ruivo fosse se desculpar por palavras, seu orgulho era forte e acreditava que as circunstancias o enganaram. Mas tinha que concertar as coisas e talvez... apenas talvez houvesse um modo. Seria na saída e se a garota não o perdoasse ele a jogaria nos ombros e a levaria para o seu apartamento e não a deixaria sair até que tudo voltasse aos eixos.
- Paully, o que você fez comigo... tabua – falou o ruivo enquanto aquecia os dedos com alguns acordes – minha tabua.
Capitulo 4 - humilhada
A última aula havia se passado e a jovem não tinha visto nem a sombra do ruivo e estava um tanto preocupada, por mais que se esforçasse para ignorar isso. Mas era algo quase que incontrolável, por mais que a situação e a magoa a forçassem a esconder seus sentimentos pelo guitarrista dentro de si ela se importava com ela.
O sinal tocou e os alunos foram liberados, o barulho de cadeiras sendo arrastadas e passos era alto. Os corredores estavam a maior loucura com conversas altas e pessoas se empurrando para conseguirem sair logo daquele lugar que para muitas era um inferno pessoal.
Kentin abria caminho naquele corredores abarrotado de pessoas para ele e a melhor amiga, ambos estavam de mãos dadas mas sem entrelaçar os dedos. O moreno estava nervoso e ansioso, assim que conseguissem sair ele chamaria a melhor amiga de infância para tomar um sorvete com ele em um lugar tranquilo – e de preferência romântico – para assim confessar os sentimentos que sentia pela garota. O moreno estaria disposto até mesmo a assumir o bebê que Paullete carregava dentro de si, seria o pai perfeito para aquela criança.
Os dois atravessaram o grande portão e já sentirão a brisa de ar fresco bater em seus rostos e jogar seus cabelos para trás os deixando desorganizados. Com as mãos ainda dadas eles seguirem até a rua, o moreno juntando toda a sua coragem para o ato. A verdade é que naquele instante ele se sentia o mesmo garoto franzino de óculos fundo de garrafa de muito tempo atrás.
Castiel estava do outro lado da rua – que por acaso era a menos movimentada da cidade então um carro passar por lá era para se comemorar – com sua guitarra ligada ao amplificador. O ruivo teve que dar boa parte de suas economias para o dono da loja de tudo o Sr. Louis deixá-lo ligar o amplificador na tomada.
Fazer aquilo não era algo que se poderia esperar do ruivo e aquilo provavelmente arruinaria para sempre a sua reputação de bad boy. Mas ao ver a sua garota saindo de mãos dadas com o panaca do Kentin se tornou claro para Castiel que se ele não fizesse aquilo perderia Paullete para sempre.
O amplificador foi ligado e os dedos ligeiros percorreram as cordas da guitarra e logo uma melodia suave podia ser ouvida. Aquela devia ser a primeira vez que algo do gênero saia de sua guitarra, mas ele sabia que por ela valia a pena. A voz do ruivo não chegava aos pés da de Lysandre, mas fora alguns tropeços na afinação ele não era tão ruim assim.
Forgive me for the things that i never said to you,
Forgive me for not knowing the right words to say to prove,
That i will always be devoted to you and me,
And if you can't feel that in my love,
Then i'm sorry for not 'iving you enough.
*chorus*
But i'm not sorry for my love, i'm not sorry for my touch.
The way i made your hands tremble and my heart rush,
I would do it all again, wouldn't take back a thing,
Cause with you i've lived a thousand lives in one.
And i could never be, i could be sorry for love.
Do outro lado da rua todos pararam para olhar aquela inusitada cena, Castiel tocando uma música que não era rock? Os olhos do ruivo estavam fixos na adolescente de olhos rubros e ela se encontrava no mesmo estado.
Kentin olhava a cena irritado, não conseguia acreditar que aquele ruivo idiota chegara antes dele de novo. O moreno sentia tanta raiva do guitarrista do outro lado da rua. Castiel não era digno de Paullete, ele não merecia uma garota como ela. Só que o desgraçado sempre sabia a hora certa de agir e com isso saia na dianteira.
A música terminou e Paullete simplesmente não pensou, apenas soltou a mão de Ken e atravessou a rua com os olhos ainda fixos no ruivo. E então eles simplesmente se beijaram ali no meio de todos sendo fotografados por Peggy que já sabia qual será a cama do jornal Amour Sucré no dia seguinte.
Havia uma plateia considerável, muitos olhavam a cena de nariz torcido cochichando que ela estava dando o golpe do baú e Castiel cairá, que se não fosse pelo bebê ele nem ligaria para ela e coisas piores. Eram poucas as pessoas que estavam torcendo pelos dois, a maioria eram os poucos amigas que ainda restaram para Paullete.
Quando se separaram eles se olharam sem falar nada, como se qualquer palavra fosse estragar o momento. Talvez realmente estragasse. Eles se gostavam tanto, mas as coisas pareciam só se complicar para os dois... Mas talvez aquela fosse a chance deles concertarem as coisas.
Castiel sabia que tinha que falar algo, sabia que tinha que se desculpar por não ter acreditado nela por causa de toda a confusão causada por Debrah. Mas ele era tão orgulhoso e na música ele pedia desculpas, aquilo deveria bastar.
- Vamos vou te levar em casa - falou Castiel quebrando o clima.
O ruivo passou sua guitarra para o dono da tão conhecida Loja de Tudo que aceitou guardá-la e logo depois pegou a mochila da namorada a puxou pela mão e saiu andando pela rua deixando um bando de curiosos para trás. A adolescente não sabia o que falar, aquela demonstração de carinho vinda de Castiel fora tão fofa e talvez fosse realmente o máximo que poderia esperar dele.
No dia seguinte não se falava de outra coisa em toda Sweet Amoris além do espetáculo que ocorrera na saída do dia anterior. Peggy distribuía os exemplares orgulhosa da matéria que escrevera. Não pegara todo o contexto mas acrescentou alguns detalhes para tornar tudo mais interessante como o fato de logo depois Castiel ter pedido a namorada em casamento... Peggy sabia que tinha um dom para o jornalismo e também sabia que era melhor evitar Castiel durante o resto do dia se quisesse ter a chance de viver sua futura carreira como a melhor jornalista do mundo!
As conversas pareceram aumentar ainda mais quando os dois estudantes que tinham suas fotos na primeira página atravessaram a porta de entrada de mãos dadas. Algumas pessoas apontavam e os comentários maldosos poderiam ser ouvidos em alto e bom tom o que só fazia a garota se encolher ainda mais.
A primeira era do professor John e por mais que Castiel quisesse passar mais tempo com Paullete ele já havia ido para a aula no dia anterior. Se despediram com um beijo leve na porta da sala enquanto a adolescente seguia para o seu lugar ao lado de Kentin. Mas antes que eles pudessem conversar o professor entrou
- Classe prova em dupla, eu decido as duplas – havia um sorriso sádico nos lábios do mesmo – Amber e Li, Charlote e Bia, Viollete e Alexy, Armin e Iris... Melody e Paullete, Nathaniel e Kim
- Protesto professor! Me recuso a fazer dupla com ela! Ela é uma péssima influencia uma garota tão dada como ela não deveria estar na nossa classe – falou Melody se levantando.
Paullete simplesmente não podia acreditar, as duas não eram melhores amigas mas se davam bem e Paullete até fora no aniversário de Melody, mas agora era tratada como uma completa estranha.
Ouviu as risadas no fundo da classe vindo de Amber e seu grupo, sem deixar o professor falar ou qualquer outra pessoa a garota de cabelos prateados simplesmente pegou suas coisas e saiu correndo dali se sentindo arrasada e humilhada.
Já havia saído do prédio do colégio e andado mais algumas quadras quando sente alguém segurar seu braço e a segurar em um abraço apertado. Não olhou quem era apenas abraçou a pessoa sentindo falta de carinho humano. Se sentia tão fragilizada, tão mínima.
- Calma eu estou aqui e sempre estarei – sussurrou Kentin mantendo a melhor amiga perto de si.
Só que o contato foi rompido quando Castiel que também correra atrás da namorada vê a cena e os separa com fúria no olhar. O ruivo simplesmente não suportava Kentin e passará a odiá-lo ainda mais desde que terminara com Paullete a duas semanas e o moreno simplesmente não desgrudava dela.
- O que você fez com ela seu idiota – disse Castiel puxando a namorada para perto de si.
Kentin engoliu em seco tentando juntar coragem, por mais que quisesse conquistar a garota ele sempre tivera um forte medo do garoto maior. Castiel inspirava rebeldia, força e poder. Aquele era um dos momentos em que o garotinho magrelo de óculos queria voltar.
- Não aconteceu nada Cast, Kentin só veio ver como eu estava... eu tive um desentendimento em sala de aula e... – a garota não conseguiria contar o resto da conversa, aquilo ainda doía demais.
- Um desentendimento? Melody te humilhou, você devia contar a diretora – falou Kentin contrariado com o ocorrido.
O moreno podia não se dar bem com o ruivo tingido, mas não deixaria o que Melody fez passar batido a garota não tinha o direito de humilhar Paullete por algo que a garota não planejara. Pois Ken conhecia a melhor amiga de infância e sabia que uma gravidez não estava nos planos dela.
- Ela o que! – disse Castiel irritado, ele não deixaria ninguém fazer nada com a sua cara e não se importava se esse alguém fosse a baba ovo do nathaniel.
- Não... tudo bem, eu teria que sair mais cedo mesmo eu tenho que ir na médica hoje por causa do... bebê – a última parte saiu quase em um sussurro.
Ainda era tão difícil para a adolescente pensar que estava grávida que tinha uma vida dentro de si e que teria que se tornar responsável por essa vida agora. Tinha medo de não ser uma boa mãe, de falhar... Tinha medo de tantas coisas
Aquilo servirá para distrair a mente de Castiel, ele não se lembrava da namorada falando sobre aquilo mas ele não iria deixá-la ir sozinha até aquele lugar. O ruivo não queria ser pai e estava tão assustado quando a namorada mas não iria abandoná-la, afina ele era o pai.
- Eu vou com você, que horas eu te pego? – Castiel disse sério.
Eles ainda não haviam conversado sobre o bebê ou o que fariam, era como se tivessem medo de falar. O namoro havia acabado de voltar, não fazia nem um dia e era constrangedor para ambos. Nenhum deles sabia como começar o assunto ou como o outro reagiria.
- Você quer mesmo? – ela perguntou insegura, ainda tinha medo de falar com Castiel sobre a criança – me encontre lá, eu prefiro assim.
Dito isso a garota entregou o cartão da médica e passou o horário da consulta. O ruivo queria levá-la até a medica e protegê-la de tudo, mas não queria forçar a barra. As coisas não estavam exatamente de boa entre eles.
Mas quando a hora da médica chegou Paullete se arrependeu amargamente de não ter aceitado ser acompanhada pelo namorado. A sala de espera estava lotada de mulheres bem mais velhas que ela que conversavam umas com as outras e apontavam para ela, até a recepcionista a olhava torto. A garota se afundou no bando de espera e ficou olhando o relógio torcendo para Castiel chegar. Mas nada, ele simplesmente não chegava.
- Paullete Reedus – chamou a médica.
Capitulo 5 – Sempre Debrah.
A medica era relativamente jovem, havia se formado a pouco mais de 10 anos mas já havia conquistado uma boa quantidade de clientes graças ao seu profissionalismo e o dom de lidar com a clientela. A Dr. Alessa Verona olhava a jovem solitária e de expressão triste e assustada entrando em sua sala.
A sala era esverdeada e tinha uma decoração um pouco infantil com alguns ursos de pelúcia e imagens de bebês em preto e branco. A decoração fora inspirada em criar um clima que aproximasse mais as clientes da maternidade. Mas naquele momento a sala só causava pânico para a adolescente.
Paullete estava assustada, tinha vontade de sair correndo e nunca mais voltar para aquele lugar. Os bebês pareciam encará-la e os cochichos das mulheres na sala de espera ainda era alto. Estar naquela sala parecia apenas confirmar o futuro da adolescente, ser mãe e isso era aterrorizante! Ela não estava pronta.
Olhou para a medica que tinha longos cabelos negros presos em um rabo de cavalo, olhos azuis escuros, usava um vestido branco e um jaleco também branco de medica. As feições eram belas, mas ela parecia tão assustadora que dava até medo.
- Olá, sou a Doutora Alessa e farei o melhor por você e pelo bebê – disse a medica se levantando e indo amparar a paciente – trouxe o exame de sangue que eu pedi quando marcou o horário? Vou pegar um copo de água.
A medica era pouco mais de 5 centímetros mais alta que a paciente, com calma conduziu a mesma até a cadeira em frente a sua mesa. Não era a primeira adolescente grávida que atendia, mas sempre era de partir o coração. A expressão de Paullete era de dar dó, ela parecia pronta para se quebrar em um milhão de pedaços.
Depois de encher um copo com água gelada e passá-lo para a paciente a doutora esperou com calma a mesma se acalmar. A maioria das adolescentes vinham sozinhas, algumas com as mães e raras com os pais do bebê. A medica sempre se apegava mais as jovens mães como Paullete que se sentiam sozinhas no mundo.
- Está mais calma? Podemos esperar mais alguns minutos se quiser – falou a medica de forma delicada.
A adolescente estava sentada de forma rígida na cadeira, sua vontade era fugir mas sabia que não podia fazer isso. Queria Castiel ali com ela, queria segurar a mão do ruivo e não se sentir tão sozinha e intimidada com a situação. Mas ele não estava ali, ele a deixara sozinha... de novo.
Uma batalha interna acontecia dentro de Paullete enquanto ela passava o envelope com o exame para a medica. Estava nervosa, seu coração batia acelerado e a vontade que tinha era a de correr.
- Paullete serei sincera com você, uma gravidez na sua idade é arriscada mas darei o melhor para manter você e o bebê seguros – falou a medica em tom profissional abrindo o exame.
Havia muitas coisas para se olhar naquele exame, pressão, colesterol, tiroide, anemia e tantas outras coisas prejudicais a saúde da futura mãe e para o bebê. Depois de analisar tudo ela se vira para a garota que estava uma pilha de nervosos, mas antes que pudesse começar a falar a porta é aberta de supetão por um garoto de cabelos cor de fogo.
Castiel estava com os cabelos bagunçados, suado, segurava a jaqueta com uma das mãos, carregava a guitarra atrás de si, estava ofegante e a franja grudava na testa graças ao suor. O ruivo estava ofegante fechou a porta atrás de si e se sentou na poltrona ao lado de Paullete.
Paullete olhava para o namorado se perguntando o porque do atraso, mas só por ele estar ali ela já ficava feliz. A adolescente segura a mão do ruivo enquanto a medica os olhos intrigada e depois sorri antes de falar o resultado do exame.
- Sua pressão está baixa, mas isso não é preocupante... O que me preocupa é que você está com uma anemia avançada, você tem se alimentado direito Paullete?Lembre-se que agora você come por dois – falou a medica não deixando de achar bonito o casal.
No fim a adolescente não estava sozinha, eles não pareciam um casal típico e o rapaz tinha a cara amarrada e séria mas ele estava ali. Mães solteiras e sozinhas corriam o sério risco de pegar depressão pós parto ou optarem pelo aborto.
O ruivo encarou a namorada que estava vermelha pelo que a medica disse e franziu o cenho, a garota sempre se alimentara bem e fora saudável. Ela até pegava a salada no colégio! Como ela podia estar com anemia, o ruivo não tinha nenhuma resposta para esta pergunta e isto era frustrando.
- Me desculpe – foi tudo o que a jovem de olhos rubros disse.
A verdade é que desde que Debrah reaparecera e destruirá o relacionamento de Paullete e Castiel a adolescente mal comera, não tinha fome e desde que os enjoos começaram era difícil algo ficar em seu estomago... Talvez ela devesse ter tentado comer mais, afinal era verdade ela carregava um bebê dentro de si.
A medica pegou uma folha de papel e começou a escrever o prontuário médico, o pai do bebê não parecia muito responsável mas só por estar ali ele já se mostrava corajoso e dava para ver que havia algum sentimento entre eles. Terminando de escrever a Doutora Alessa Verona passa o prontuário para a jovem grávida.
- Estou prescrevendo algumas pílulas de ferro, tome duas a cada refeição e se alimente a cada 3 horas, também estou pedindo um ultrassom – falou a medica com calma para não assustar a jovem, mães de primeira viagem ainda mais adolescentes deviam ser tratadas com cautela – assim que fizer o ultrassom venha aqui para que possamos analisar as imagens dele.
A jovem apenas faz que sim com a cabeça antes de se levantar de forma um tanto mecânica e sair da sala agarrada a folha de papel. A adolescente se sentia completamente sem ar naquele consultório como se ele a sufocasse. Ao passarem pela sala de espera todas as mulheres no consultório começaram a sussurrar uma com a outra olhando com censura para os dois adolescente.
O ruivo mantinha a face fechada e andou reto sem olhar para nenhuma daquelas mulheres ou para o que elas achavam sobre o fato de sua namorada estar grávida. Castiel não devia satisfação a elas nem a ninguém, e por isso continuou com a expressão fechada até a saída.
- Você está bem? – falou o ruivo logo depois que saíram do consultório, a garota parecia pálida.
Só que antes que pudesse responder qualquer coisa a jovem correu até o bueiro da rua e colocou todo o seu almoço para fora. O ruivo apenas ficou ali, quieto segurando os cabelos prateados dela. O estomago da jovem doíam e ela se sentia tonta, sua pressão estava caindo muito rápido.
- Obrigada – ela sussurra limpando a boca com um lenço que tira de dentro da bolsa – acho que vou para casa descansar...
- Eu te acompanho.
Os dois andaram em silencio, não sabiam o que falar. Por mais que eles tivessem se acertado e voltado, as coisas estavam estranhas. Cada um tinha seus pensamentos longe e havia o medo de falar algo que magoasse o outro. O bebê era um assunto tabu entre os dois, como que se o ignorando o problema pudesse ser adiado. Porém aquela consulta apenas provara que aquilo era impossível.
Os dedos estavam entrelaçados, os passos eram lentos e Paullete estava um pouco cambaleante, não se sentia bem. O pior para a jovem era que para onde olhava ela via as pessoas a olhando com censura como se tudo o que fizesse fosse errado e digno de discriminação.
Finalmente chegaram a pequena casa de Paullete, a casa não era muito grande mas era confortável. Tinha um único andar e um pequeno jardim verde, a pintura era de um verde claro e tudo era delicadamente arrumado.
- Obrigada – sussurrou a adolescente dando um leve beijo nos lábios do ruivo antes de entrar.
O ruivo a acompanhou com o olhar e depois bufou frustrado se sentindo um idiota, colocou a mão no bolso da caixa e sentiu a caixinha lá dentro. A caixinha era o motivo de seu atraso, ele queria fazer a coisa direito e ficar noive de Paullete... Casamento ainda era algo estranho, mas havia um bebê e talvez um noivado fosse certo e ajuda a namorada. Era visível o quanto sofria.
Só que não era tão simples assim fazer um pedido daqueles, merda ele nem sabia o que falar e com toda certeza falaria a coisa errada que magoaria Paullete e tudo voltaria a mesma merda de sempre. Garotas queriam coisas fofas e românticas, mas o estoque de romantismo do ruivo havia acabado com a música que tocara para que os dois voltassem. Droga, teria que pedir ajuda ao melhor amigo e isso era engolir em muito o próprio orgulho.
Paullete se arrastou até o banheiro, precisava tomar uma boa ducha para conseguir ficar acordada e fazer as lições de casa. Não queria dar mais um motivo para falarem mal de si na Sweet Amoris, e não fazer a lição ao mesmo tempo que estava grávida parecia o momento perfeito para que tudo desandasse, de novo.
Depois de tomar um banho, se trocar e abrir o livro de calculo a campainha tocou. Talvez fosse Kentin preocupado ou Castiel pelo mesmo motivo, mas ao abrir a porta a única coisa que viu foi a última pessoa com quem realmente queria falar. A garota que estragara tudo, a garota mais falsa que já conheceu: Debrah.
- O que você quer? – curta e direta, este era um bom jeito de lidar com a vocalista.
- Queria apenas olhar na sua cara, quem diria a Srta. Certinha dando o golpe da barriga.. Gostaria de ter pensado nisso antes para prender o gatinho – falou Debrah com um sorriso no rosto.
Debrah simplesmente odiara Paullete desde que a conhecera. Paullete roubara tudo o que era da morena: Castiel, a popularidade, tudo... Todos no colégio pareciam amá-la e a novata nem se esforçava, nem calculava cada um de seus movimentos. Isso era de longe irritante, mas saber que a mesma tinha feito algo tão genioso como aquilo era interessante. Tirava um pouco da áurea nojenta de pureza e doçura que a cercava.
- Eu não estou dando golpe nenhum, não sou que nem você – falou Paullete começando a fechar a porta mas sendo impedida pela outra.
- Há não? – o sarcasmo era visível na voz de Debrah – é interessante como Castiel foi atrás de você só depois que soube do bebê e agora puff vocês voltaram... No fundo você sabe que ele só está ai por esse bebê que você diz carregar.
- ISSO É MENTIRA! – berrou a grávida batendo a porta com tudo na cara de Debrah.
Paullete correu para o quarto e se trancou lá chorando o resto do dia, por mais que odiasse admitir Debrah talvez estivesse certa. Talvez... Talvez Castiel não a amasse de verdade, talvez o ruivo só tenha voltado com ela porque se sentiu obrigada por causa do bebê.
Aquilo era horrível, a dor que sentia e a confusão de sentimentos. Não havia modo da mesma se sentir pior do que naquele instante, a grávida amava Castiel e saber que só estavam juntos porque ela estava grávida era horrível. Sua mente naquele momento era incapaz de pensar em qualquer outro motivo para eles terem voltado, as palavras de Debrah mexeram realmente com ela.
Talvez, se não estivesse grávida as palavras não a tivessem abalado tanto. Ela teria refletido sobre o que quer que Debrah falasse e a razão falaria mais alto, mas ela era uma mulher grávida e mulher grávidas eram mais emocionais do que racionais. Dormiu apenas depois de horas para acordar no dia seguinte com os olhos vermelhos.
O ruivo estava nervoso e travava uma batalha mental sobre o que fazer. Ele estava no pátio esperando pela namorada e sabia que tinha que fazer logo o pedido, mas não era algo simples que ele fazia todo o dia. Ou algo que ele teria planejado. Era verdade, se Paullete não estivesse grávida ele não a pediria em casamento mas ele amava a garota e isto era tudo o que importava.
A garota chegara na escola parecendo mais abatida que o normal. Tentara disfarçar as olheiras e os olhos inchados com maquiagem mas não tivera muito resultado, foi caminhando até o pátio onde marcara com Castiel da forma mais lenta possível. Em sua mente as palavras de Debrah pareciam berrar.
Eles se viram, os corações baterem acelerados e os seus medos só aumentaram. Castiel segurava um papel com uma pequena cola do que Lysander o aconselhara a falar. O ruivo olhou para o papel e o amassou, jamais falaria todas aquelas frescurites em voz alta. Ele se aproximou de Paullete e a beijou antes de começar a falar.
- Paully eu... andei pensando, acho que devíamos nos casar... Você está grávida, nós somos namorados e isso é o certo a se fazer... então quer casar comigo? – o ruivo falou com as bochechas vermelhas passando a caixinha para a namorada.
O problema é que a garota entendera tudo errado. Assim que ele terminara de falar as palavras de Debrah foram como tapas em seu rosto e ela começou a chorar. Seu coração doía e era como se o mundo ao seu redor fosse desmoronar. Castiel não a amava, estava com ela apenas por obrigação.
- Não – ela disse com os lábios trêmulos – você não precisa se casar comigo... Eu já disse esse bebê é meu e só meu, sem pai.. Me esqueça Castiel, ME ESQUEÇA!
A jovem jogou a caixa longe e saiu correndo para o mais longe possível da Sweet Amoris enquanto era fotografada por Peggy que estava se fazendo em noticias graças ao casal. Castiel pegou a caixinha e guardou no bolso para depois chutar uma das árvores se xingando mentalmente... É claro que não estavam prontos para casar e de algum modo ele ferrara tudo de novo. Era melhor deixar a namorada se acalmar e depois ir atrás dela...
Paullete já havia andando bastante quando finalmente parou, as lagrimas escorriam de seus olhos. Só havia uma pessoa com quem ela queria falar, a sua madrinha. Tinha algo a lhe pedir, algo que fora proposto na última conversa entre elas a dias atrás.
- Alô – disse a madrinha, dona Agahta.
- Madrinha a sua proposta ainda está de pé? Posso me mudar e ir morar com você, nunca mais quero por os pés nesta cidade – disse a jovem entre soluços.
Capitulo 6 – O fim.
Horas já haviam se passado, o sol já estava se pondo mas o estado emocional da jovem grávida não melhorara em nada. Grossas lagrimas ainda escorriam de seus olhos enquanto fechava a última mala. Eram três malas médias ao todo e todas as roupas e boas recordações que acumulara através dos anos estavam lá.
Encima da cama estavam algumas fotos da garota de cabelos prata com o ruivo. Fotos bobas deles na praia, no ônibus para a corria de orientação, no pátio do colégio. Todas as fotos foram tiradas por insistência dela e na maioria o ruivo estava sério ou de cara amarrada. Porém havia uma em que ele estava sorrindo, fora tirada logo depois do show no colégio.
Na foto Castiel ainda usava a roupa feita por Leigh e estava suado, o rosto brilhava devido ao suor e o cabelo havia acabado de ser solto e estava bagunçado e um pouco armado. O ruivo abraçava a namorada que também tinha o cabelo bagunçado devido ao movimento do show, o rosto também brilhava pelo suor e a maquiagem estava um pouco borrada. A jovem beijava a bochecha do namorado e o ruivo exibia um sorriso malicioso. A foto fora tirada por Rosalya e era uma das preferidas da adolescente.
Não sabia o que fazer, jogar as fotos fora para nunca mais ver o ex namorado e pai do filho que carregava no ventre ou levar ao menos uma foto para quando a criança perguntasse do pai. O que fazer?
A campainha foi tocada e com passos hesitantes Paullete se dirigiu até a porta e suspirou aliviada ao constatar que não era Castiel mas sim Kentin. Ainda com os olhos vermelhos devido as lagrimas a garota dos olhos rubros se jogou nos braços do melhor amigo de infância que a amparou assustado.
- Paully o que houve? – perguntou o moreno entrando na casa e guiando até o sofá.
A casa da jovem era modesta e nada muito grande, a personalidade da mesma não exigia nada muito luxuoso ou extravagante. O sofá era preto e de apenas dois lugares, havia uma teve pequena e uma mobília simples. A decoração consistia mais em fotos de família e quadros que Paullete pintou quando ainda estava no primário.
Aos poucos a jovem foi se acalmando, era incrível como o melhor amiga a conhecia tão bem e sempre a acalmava. Os dois sempre foram tão próximos, só que de jeitos diferentes. Para o jovem, Paullete era a mulher amada que ele queria fazer cada dia mais feliz. Para a jovem, Kentin era o melhor amigo e irmão que nunca teve e que sempre iria querer proteger.
- Eu... eu vou embora Ken – a jovem disse quando mais calma ainda abraçada no melhor amigo – eu não posso ficar aqui, vou ir morar com a minha madrinha e ficar longe de Castiel.
Castiel, era sempre o ruivo. Não importava o que acontecesse ou onde Paullete estivesse, Kentin sempre sentia que estava perdendo para Castiel. O ruivo havia magoada a jovem de todas as maneiras, acreditado em outra garota e por algum motivo agora conseguira acabar com a jovem de tal maneira que ela iria embora da cidade. Mas o moreno não podia permitir isso, não podia permitir que a garota fugisse por uma besteira de Castiel. Ele amava Paullete e se ela fosse embora a perderia de novo.
- Paully não ligue para ele, ele é um idiota que nunca vai merecer uma garota como você. Por favor não chore – o moreno falou e então em um ato impensado a beijou.
Quando ele fora até a causa de Paullete, bem nem ele sabia exatamente o que esperar. Kentin apenas esperava que Castiel não estivesse lá, ele esperava ter uma noite vendo filmes com a melhor amiga e talvez se tomasse coragem confessaria seus sentimentos por ela. Mas tudo fugira do planejado e quanto viu o estado da garota que ama e o medo de perdê-la para sempre com a mudança dela tomaram forma e quando ele próprio notou havia a beijado.
Foi um beijo de surpresa, Paullete levou um susto e ficou de olhos abertos o tempo todo tentando entender o que havia acontecido. Ela estava estática, não correspondia ou fazia nada, estava simplesmente surpresa demais para fazer qualquer coisa e quando terminou os dois estavam vermelhos e envergonhados.
Eles nem ao menos se encostavam como se isso pudesse matá-los. Ambos estavam vermelhos e não sabiam como reagir, Kentin sabia que não devia ter feito isso mas ao menos agora sabia o gosto dos lábios quentes dela. Paullete estava assustada com o beijo roubado, nunca em toda a sua vida pensara que algo assim poderia acontecer. A adolescente sempre o viro como o melhor amigo, o irmão e por mais que odiasse admitir seu coração ainda pertencia a um certo guitarrista ruivo, mesmo sabendo que o sentimento não era recíproco.
- Eu te amo Paully, sempre te amei.... Me dê uma chance de te fazer feliz, eu posso fazer isso. Posso assumir o bebê e ser um bom pai para ele – falou Kentin tocando de leve o rosto da melhor amiga- basta me dar uma chance.
Kentin gostava dela?Estava apaixonado por ela? Paullete jamais suspeitada de tais sentimentos. Para si eles sempre foram amigos e por mais que a escola militar tivesse separado-os sempre manteve um grande carinho pelo amante de bolachas. Porém nunca o amara, nunca pensara nessa possibilidade e não sabia se poderia. Não depois de tudo o que viveu com Castiel, se sentia estúpida por não conseguir esquecer um cara que nem a amava. Mas essa era a verdade, talvez fosse seu destino ficar sozinha para sempre e ser sempre mãe solteira.
O melhor amigo lhe oferecia muito mais do que merecia, mas o modo como ela abaixou o rosto e algumas lagrimas finas escorreram por seu rosto foi o suficiente para ter a sua resposta. Paullete era uma garota especial demais para aceitar uma proposta como aquela sem correspondeu ao sentimento e era por isso que o moreno a amava.
Na manhã seguinte o ruivo estava esperando a namorada em frente ao armário da mesma, afinal para ele os dois ainda estavam juntos só tiveram um pequeno desentendimento provavelmente causado pela constante mudança de humor da grávida.
O ruivo olhou as horas no celular começando a ficar estressado, onde estaria Paullete?Ela já deveria ter chegado, até o melhor amigo irritante de roubas de exercito já havia passado por ele. Quando de repente alguém extremamente idiota – na concepção do ruivo – atirou uma bola de tênis em sua cabeça. Castiel procurou irritado pela pessoa mas o corredor parecia vazio, droga quem teria sido? Ele pega a bola e nota que há um papel embrulhando com os dizes: Corra idiota, Paullete está se mudando para morar com a madrinha em 10 minutos.
As letras pareceram recordadas de revistas, embalagens e caixas de cereais. Mas o ruivo não tinha tempo para isso, ele amassou a folha na mão e saiu correndo em direção da casa de Paullete se amaldiçoando por ter esquecido a bicicleta em casa. Aquilo tinha que ser uma brincadeira, não podia ser real. Reclamava o ruivo enquanto corria.
O pior é que estava de jeans e jaqueta de couro, o dia estava quente demais. A Casa de Paullete não era perto do colégio e se não corresse não chegaria lá em 10 minutos. O ruivo sentia milhares de coisas ao mesmo tempo, raiva dela estar indo embora, medo de perdê-la, nervosismo e tantas outras coisas que só o confundiam ainda mais.
Agatha a Madrinha de Paullete ajudava a afilhada a colocara a carregar as coisas para dentro do carro. A jovem dona de uma fabrica e de uma loja de brinquedos queria proteger Paullete de tudo. Era visível que a mesma mal dormiu a noite e que ainda estava muito abatida.
As duas se abraçaram forte, uma procurando apoio na dor que esmagava seu coração e a outra querendo passar forças para a de coração partido. Permaneceram um tempo assim, mas sabiam que tinham que partir logo. A ideia era irem embora durante o período letivo para evitar despedidas. Dando um beijo na testa da afilhada Agatha se dirigiu até o lugar do motorista sendo acompanhada pela menor que fez tudo de forma lenta como se estivesse matando uma parte de si.
Talvez realmente estivesse, aquela cidade era tudo para a jovem de olhos rubros. Estava lá a pouco tempo, mas sentia como se sua vida fosse ali. As pessoa que amava estudavam em Sweet Amoris e eram seus amigos, os verdadeiros, e o fruto do seu real amor também. Mas seria pior se ficassem juntos, bem pior. Ver o cara que ama sabendo que não é correspondida é uma das maiores dores possíveis.
A porta do carro já estava sendo fechada quando o ombro de alguém – e o braço consequentemente – se colocou no caminho. A pessoa soltou um gemido de dor sabendo que ganharia no mínimo um roxo e Paullete olhava assustada para a pessoa que impedirá o fechamento do carro. O que ele fazia ali?
Antes que a pergunta pudesse ser feita, a porta do carro foi aberta com tudo e a jovem grávida puxada para fora do mesmo. Os dois se encaravam com uma mistura de sentimentos fortes demais, grande demais até para os dois expressarem em palavras. O ruivo puxava o ar com força para dentro dos pulmões com a boca, por alguns segundos ele achou que não conseguiria. Quando a viu entrando no carro achou que não daria tempo.
- O que você pensa que está fazendo?Você não pode ir embora – o ruivo parecia um pouco transtornado, mas por dentro ele estava um pouco pior e mais confuso – droga porque você está fazendo isso?
Paullete o encarava surpresa, não esperava essa reação dele. Não esperava nem que ele estivesse ali, a saída foi as pressas para impedir esse tipo de coisa. A vontade dela era de se atirar nos braços dele e chorar dizendo que nunca mais o deixaria e que o amava. Mas não podia fazer isso, Castiel devia estar ali pelo bebê. Provavelmente era por isso.
- Estou indo embora e sim eu posso ir embora a vida é minha – cada palavra que saia de sua boca era tão dolorosa que era preciso uma grande força para não se desmanchar em lagrimas – eu preciso fazer isso por nós dois, eu não posso destruir a sua vida desta maneira.
Aquilo era tão confuso para ambos, nenhum deles sabia a história toda. Cada um só sabia um lado, e nem era de todo certo. Mas a verdade é que aquela era a última chance daquela história ter um final feliz, mas eram tantas variáveis que as chances eram poucas. Bastava uma frase errada para que o destino de ambos se separasse para sempre.
- Destruir a minha vida? Que merda você é a minha vida, você vai destruir tudo se for embora! O seu lugar é aqui, comigo! – Castiel a segurava forte pelos ombros para ter certeza de que ela não fugiria.
- Eu não sou a sua vida, droga Castiel se eu não estivesse grávida nós nem teríamos voltados – a garota falava tudo aos prantos – você acreditou na Debrah que te largou para virar famosa, na sua ex namorada do que em mim que era a sua atual e que sempre estive aqui! Você ficou 2 semanas sem olhar na minha cara e só voltou a me encarar quando soube do bebê! Se eu não estivesse grávida nós nem estaríamos juntos! Eu não posso fazer isso, não posso te prender a mim!
E então tudo o que estava entalado na garganta da jovem foi dito. Todas as dores e medos foram colocados para fora, a verdade é que não fora Debrah que colocara tudo aquilo em sua mente, Debrah somente acendera a bomba já montada de todas as angustias que Paullete acumulava e que agora finalmente explodira.
O ruivo estava petrificado, jamais imaginara que tanta duvidas rondassem a garota a sua frente. O ruivo não era meloso e cheio dessas coisas frufrus típicas do representante de turma certinho. Paullete sempre soube disso, e fora pelo garoto mal humorado que se apaixonara só que no momento ela precisava de uma certeza. Uma certeza que não estaria destruindo tudo, de que ele a amava e estava com ela por amor.
E então sem pedir permissão o ruivo a beijou, a beijou para explodir tudo o que sentia dentro de si. Ele não queria ser pai, não estava pronto para isso, um bebê atrapalharia todos os seus planos e sabia que seria um péssimo pai. Mas encararia tudo isso se Paullete fosse a mãe, se ela ficasse ali. Porque ela marcara a sua vida e era a sua garota.
Os dois se encararam, e fora só naquele momento que Castiel notara que algumas lagrimas também escorriam de seus olhos. Ele nunca chorara em publico, nunca se permitira uma expressão de fraqueza tão grande quanto aquela. Mas naquele momento ele chorava.
- Eu ia te procurar naquele dia, droga Paullete eu nem sabia como olhar na sua cara depois de tudo! Mas eu te amo, é isso que você quer ouvir? Eu te amo e nunca pensei em ser pai, nunca quis e nós dois sabemos disso – ele falou segurando a jovem de cabelos prata fortemente – só que se é para ter um bebê eu quero que seja com você, então droga tire essas malas daí e venha morar comigo...
Não era a declaração de um príncipe encantado. Era a declaração de um cara apaixonado que não demonstrava as coisas facilmente, mas ele amava a garota a sua frente e faria de tudo para não perdê-la.Quando se soltaram o ruivo puxou a caixinha que no dia anterior ele usará para pedir a garota em casamento. Mas desta vez ele não a pediu em casamento, ele só pegou o anel e colocou no dedo dela deixando claro que não a deixaria partir. Ela só tinha um sorriso bobo, por mais assustada que estivesse e por mais que soubesse que não sabia nada sobre ser mãe. Estava feliz por que Castiel a amava e estava ali.
Enquanto isso no pátio do colégio um jovem de olhos verdes estava sentado no pátio em um banco em baixo de uma árvore que geralmente era ocupada por um ruivo metido a bad boy. O moreno de olhos verdes estava com a mente longe quando uma jovem senta ao seu lado sorrindo.
- Foi muito legal o que você fez, avisando o Castiel – falou a garota – eu vi do outro corredor.
Kentin a olhou tentando se lembrar de onde a conhecia. Cabelos alaranjados caindo em cachos até os ombros, olhos castanhos, pele pálida, usava uma bermuda jeans com uma bata azul clara. Era delicada, mas ele não se lembrava de tê-la visto antes.
- Me Chamo Daayenne.
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