Capítulo 1 – Quer namorar comigo?
Um ano atrás...
Era o baile de formatura. Ele podia ouvir a música alta e seus amigos pegando suas taças de vinho para beber e se embriagar, mas ele não estava se preocupando com os amigos embriagados ou com as garotas bonitas da festa. Ele estava de olho na garota de cabelos negros que corriam até sua cintura do outro lado do salão. Os olhos azuis celestes estavam varrendo a varanda do salão onde o vento ao lado de fora entrava fazendo as cortinas brancas se levantarem.
O vestido vermelho que ela usava junto à cor de seus lábios carnudos e volumosos encantavam Armin que vestia um belo terno preto, diferente do que vestia no dia a dia graças ao seu irmão, Alexy.
Era Mizuky, sua velha amiga de infância.
Ele corou quando Mizuky desviou os enormes olhos azuis para encara-lo. Os cílios que eram curvados perfeitamente piscaram várias vezes ao encarar Armin que sentiu suas pernas cederem fraquejando com o encanto que a garota provocava sobre ele.
Cuidadosamente ele se aproximou olhando por sobre os ombros seus amigos bêbados. Castiel, Lysandre e Nathaniel estavam logo atrás bebendo e discutindo em voz alta enquanto suas namoradas tentavam desesperadamente separar os três.
Ele correu até a varanda onde a garota fitava a floresta que envolvia toda a casa de festas e ele levou ambos os braços sobre a sacada se inclinando para ver a altura do local e sorrir para Mizuky.
— É uma bela queda. — ele comentou desviando os olhos para ela que sorriu mudamente observando o rosto do rapaz.
— É mesmo. — ela mordeu o lábio inferior afastando ambos os lábios para um amplo sorriso. — Você está bonito, Armin. — ele corou com o comentário. Eles eram amigos desde a infância e ele nem se quer tinha dito para ela o quanto a amava, o quanto gostava dela e a queria por perto.
— O-Obrigada. — ele disse levando as mãos até a gravata e a ajeitando. Estava nervoso e as mãos suavam sempre que ele se aproximava demais dela. — Você também está... — ele disse baixinho e percebeu como os olhos dela ficaram cabisbaixos com o comentário. — Quer dizer, você sempre esteve... — ele tentou concertar sua frase nervosamente, mas ela nada disse. — Mizuky? — ele perguntou preocupado tocando um de seus ombros.
— Armin... Com quantas garotas você já saiu? — ela perguntou curiosa e com as bochechas coradas e ele se sentiu aflito corando com a pergunta. Poucas eram as garotas que ele tivera saído, ele viveu boa parte de sua vida esperando por ela.
— Algumas. — ele disse olhando para as árvores que se moviam lentamente com o fraco vento.
— E você gostava de todas elas? — ele engoliu em seco sentindo a palma de suas mãos quentes e suadas.
— Não. — ele sentiu o coração saltar, pular, gritar dentro de seu peito e viu sua oportunidade. Ele deixou que seus sentimentos gritassem dentro dele mesmo e disse o que queria. — Eu sempre gostei da Mizuky... — ele disse por fim, mas não a encarou.
Deu as costas para Mizuky saindo apressadamente da varanda com a cabeça baixa, mas foi parado por um dos braços da garota. Ele se virou olhando surpreso para ela quando a garota se inclinou ficando na ponta de seus pés e o beijou.
Os lábios carnudos e vermelhos tocaram os dele e seu corpo fraquejou. As mãos de Armin deslizaram sobre o vestido vermelho na cintura de Mizuky a puxando para perto, colando o corpo da garota ao dele. Ele fez uma breve pausa abrindo um pequeno sorriso entre o beijo enquanto a garota mordia seu lábio inferior como provocação.
Armin sentia-se completo de uma forma que se que poderia descrever. Ele desviou os olhos para o salão onde alguns casais dançavam e puxou Mizuky pela cintura até o meio.
Mizuky o olhou timidamente sendo arrastada até o meio do salão enquanto Armin se virava para ela colando o corpo dela ao dele.
— O que está fazendo? — ela perguntou baixinho enquanto várias pessoas desviavam seus olhares para os dois que se encontravam no meio da pista de dança.
— Convidando a garota que gosto para dançar. — ele disse por fim se afastando e se inclinando para frente quase em uma reverencia. A mão de Armin foi estendida para Mizuky enquanto um sorriso infantil ficava em seus lábios. — Mizuky, você poderia me acompanhar nesta dança? — ele perguntou arqueando as sobrancelhas e a menina levou uma de suas delicadas mãos até a dele puxando o vestido e rindo abobada.
— Seria um prazer! — ele sorriu a puxando para dançar e ambos deslizaram pelo salão em uma dança perfeita enquanto seus amigos encaravam ambos dançarem.
Quando a música parou Armin já estava decidido. Ele esperou que todos os casais estivessem sentados e se ajoelhou no chão enquanto segurava a mão da garota com um sorriso.
As pessoas pareciam surpresas enquanto sussurravam algumas coisas umas para as outras se perguntando se Armin esta pedindo a garota em casamento, mas não chegava a tanto. Mizuky estava surpresa, se quer podia respirar direito e Armin gostava de sua reação.
— Mizuky... — ele disse lentamente. — Você aceitaria namorar comigo?
Uma onda de sussurros varreu o salão e todos ficaram quietos e ansiosos quando Mizuky suspirou aflita e pensativa. Ela levou uma das mãos até o rosto como quem ainda estava pensando sobre o assunto. Armin sentiu seu coração parar achando que a garota recusaria seu pedido, mas ela apenas riu concordando com a cabeça e pulando em seus ombros para abraça-lo.
Várias pessoas bateram palmas quando ambos se beijaram e Armin sabia que aquela seria a garota que ele queria levar pelo resto da vida...
Ou ao menos, até onde a vida lhe permitisse...
Capítulo 2 – Planos em vão...
Sete meses depois ambos já estavam completamente apaixonados. Ninguém os via afastados, estavam sempre juntos, sempre unidos, eram como unha e carne e um não sabia viver sem o outro.
Eles iam juntos para o colégio e Armin fazia questão de leva-la todos os dias ao curso e busca-la. Apresentou Mizuky para todos os seus amigos e normalmente dormia nos finais de semana em sua casa, quando seus pais viajavam.
Aquele dia, por exemplo, era um deles.
Estavam sentados sobre o sofá. Mizuky vestia uma enorme camisa de Armin. As pernas estavam nuas e ela devorava um pedaço de pizza que ambos pediram na pizzaria mais próxima para matar a fome. Nenhum dos dois eram bons cozinheiros e ele se via obrigado a gastar todo o dinheiro que seus pais deixavam para ambos comerem em casa. Estavam distraídos, vendo um filme de terror e Mizuky estava tentando não parecer chateada com o fato da mãe de Armin a reprova como namorada.
Fazia-se 7 meses e a mãe de Armin a achava um péssimo exemplo. Ela era tão problemática, desde pequena, mas o completava melhor do que ninguém. Ela se levantou indo até a cozinha silenciosamente para pegar algo para beber e Armin notou que Mizuky não estava bem.
Levantou-se lentamente e foi atrás de Mizuky. Os cabelos desgrenhados por estar muito tempo deitado. Ele encostou-se à porta observando Mizuky na ponta dos pés tentando pegar um refrigerante que ficava na parte mais alta do armário. Ele riu percebendo o quanto ela era baixa e se aproximou puxando a garota para próximo de seu corpo. Ele a virou de frente para ele e a colocou sobre a bancada da cozinha deixando os braços tensos de ambos os lados do corpo de Mizuky e se inclinou para frente aproximando o rosto do dela e sorrindo.
— Vai me contar o motivo de estar tão pra baixo? — ela desviou a cabeça para o chão pensativa.
— Armin... — ela começou.
— Não minta. — ele pediu e ela deixou os olhos cabisbaixos enquanto o encarava.
— Sua mãe me chamou para conversar. — ela confessou e ele soltou um baixo gemido abafado de reprovação por ouvir o comentário. — Ela disse que eu não era boa o suficiente, como sempre...
— Isso é ridículo! — ele gritou. — Isso não é problema dela.
— Claro que é! — ela gritou de volta. — Ela é sua mãe... Sabe o que é melhor para você, seu irmão... — ela disse por fim com os olhos cheios d’água e Armin levou as mãos até o rosto delicado de Mizuky segurando as maças de seu rosto enquanto a encarava sentindo-se triste por vê-la tão para baixo.
— Você é minha e sempre vai ser. — ele disse repreensivo. — Nós vamos nos casar um dia, lembra-se? — ele disse com a voz cabisbaixa e Mizuky sorriu pelo comentário concordando com a cabeça. — Eu quem devo decidir com quem quero passar o resto de minha vida, não ela! — ele aproximou os lábios do dela. O corpo de Armin ficou no meio de suas pernas e estava pronto para beija-la quando ela o afastou com as mãos suspirando. — O que foi? — ele perguntou deslizando as mãos para a cintura dela preocupado.
— Por hoje... — ela disse pensativa. — deixe-me ir para casa, tudo bem? — ela desviou os olhos para ele que se irritou.
— Que seja... — ele se afastou dela lhe dando as costas.
— Armin...
— Vá logo! — ele disse irritado a ignorando.
— Armin... — ela saiu da bancada indo atrás dele e o abraçando por trás. — Eu só quero pensar sobre isso... — ela disse por fim e ele ficou parado apenas ouvindo a voz doce de Mizuky. — Para ver o que é melhor...
— Já pensei sobre isso... — ele disse inquieto e ela suspirou.
— Por favor... — ele não respondeu.
— Está tarde, vá logo para casa, amanhã nós conversamos. — ela se afastou dele sentindo-se culpada.
— Tu- Tudo bem... — ela disse repreensiva e indo para o quarto pegar suas vestes e se trocar para voltar para casa.
Ele a acompanhou até o portão. Já deveriam ser onze horas da noite e ele se preocupou com a rua tão vazia. Aproximou-se dela tocando seu rosto e a encarando preocupado.
— Acho melhor te levar até em casa. — ela riu.
— Sempre preocupado, velhote! — ela disse em provocação e ele sorriu.
— Você é minha, claro que devo me preocupar. Cuido do que é meu. — ele se inclinou levando uma das mãos para a nuca da garota e mordendo a orelha dela. Ela se arrepiou se afastando timidamente e olhando ao redor. — E isso é para que ninguém chegue perto do que é meu. — ele disse sorrindo e Mizuky o socou.
— Ridículo! — ela ficou vermelha e ele adorava isso.
— Te vejo amanhã? — ela concordou com a cabeça ficando na ponta dos pés e o beijando rapidamente.
— Te amo! Boa noite! — ele arregalou os olhos. Era a primeira vez em 7 meses que ela tinha dito aquilo. Ele a segurou pela cintura a trazendo de volta.
— Injusto! — ele murmurou. — Você me diz isso depois de 7 meses e quer que eu te deixe ir embora. — ela riu envergonhada e se afastou.
— Amanhã digo novamente.
— Prometa! — ela sorriu.
— É uma promessa!
Ela correu pela rua para ir embora e pegar o próximo ônibus enquanto Armin sentia seu coração apertar. Algo estava errado, algo estava muito errado. A rua, aquele lugar deserto, ele a deixando ir sozinha.
Mas ele tinha de deixa-la ir, ela precisava ir para casa e precisava de um tempo para pensar. Isso era mesmo certo? — ele se perguntava agoniado de vê-la caminhar naquela rua deserta, mas tentou evitar os pensamentos voltando para dentro de casa.
Dormiu minutos depois que deitou no sofá e só acordou quando seu celular tocou às três horas da madrugada. Ele pegou o celular olhando para a tela e percebeu que o número era da casa de Mizuky.
Assustou-se quando teve todos os pensamentos ruins em vê-la indo embora sozinha de volta em sua cabeça e apressou-se em atender o número desesperadamente enquanto seu coração se apertava sufocado.
A voz do outro lado veio como ele imaginava, chorando, desesperada, descontrolada. Era a mãe de Mizuky. Ele pode ver seu mundo desabar, seu coração perder o controle e ele esperou ansioso por uma explicação.
— Armin... — ela disse chorando.
— Lucy? — ele perguntou quase sem voz. — O que aconteceu? Está tudo bem com Mizuky? Aconteceu alguma coisa? — ela ficou um tempo em silêncio.
— Armin, Mizuky foi atropelada. — ela disse por fim ficando novamente em silêncio. Armin conteve-se em achar que aquilo era apenas uma mentira. — Ela não resistiu. — ela concluiu.
Armin deixou o celular cair de seu ouvido enquanto Lucy o chamava no celular. Ele não lhe dava ouvidos. Ele não conseguia. Ele vira seu mundo desabar. Ele a tinha pedido em casamento aquela noite, logo na noite em que ela tinha dito para ele que o amava, logo naquela noite...
Capítulo 3 — Eu vou atrás de você!
Ele não se importava mais, ele não queria mais aquilo. Aquela vida, ele não queria nada disso.
Armin foi até a garagem daquela mesma madrugada com a chave do carro de seu pai na mão. Abriu o carro com as mãos tremulas e saiu correndo, avançando sinal após sinal, cortando os carros e não se importando com o que isso resultaria. Ele só queria que aquela dor de seu peito parasse, ele só queria não ter que sentir aquela amargura de novo. Sentia raiva de sua mãe, se ela não tivesse dito nada, naquele momento Misuky estaria dormindo em seus braços. Foi com esses pensamentos que o carro derrapou na estrada capotando contra uma pequena descida e só parando quando se chocou contra uma árvore.
Armin desmaiou, pensando ter morrido, mas isso não o assustava, ele estava pedindo por aquilo, embora aquela não fosse a sua hora.
Ele acordou dois meses depois em um hospital. Tinha entrado em coma. Viu a branquidão das paredes, cortinas, as enfermeiras o olharem preocupadas e assustadas, podia ver seus olhos cabisbaixos de pena e reprovação de sua atitude tão imprudente. Sua mãe se sentava em um dos lados de sua cama, a cabeça encostada no edredom. Ela estava com horríveis olheiras, estava acabada, mas ele não se sentia feliz em vê-la ali, sentia-se com raiva, ódio e revoltado.
A mãe de Armin despertou erguendo os olhos para ele e abrindo um enorme sorriso de alivio em ver o filho de olhos abertos. Ela se aproximou beijando a cabeça de Armin com lagrimas correndo dos olhos até o queixo.
— Graças a Deus! — ela disse por fim, mas Armin se esquivou irritadiço com usa mãe.
— Isso é culpa sua! — ele gritou para ela que se assustou com a atitude de Armin, mas pode entender de onde toda a sua raiva vinha.
— Armin, eu...
— Eu não quero ouvir! — ele gritou para ela sentindo-se horrível em pensar sobre Mizuky.
— Bem, você deve estar confuso... — ela disse tentando concertar o que tinha dito e se afastando dele pousando uma de suas mãos sobre a cabeça de Armin. — Acho melhor ir para casa.
— É melhor mesmo. — ele respondeu sem olha-la e ela se inclinou para beijar novamente a testa de Armin que estava com o rosto repleto de cortes, hematomas e machucados. — Eu te amo filho! — ela disse por fim se afastando e saindo do quarto.
Armin permaneceu os dias daquele jeito. Pensativo, aflito na maioria das vezes, sem poder sair daquela pequena cama e pensando apenas em Mizuky, não conversava com ninguém, não queria ver ninguém e isso vezes fazia com que sua situação piorasse.
Foi no final aquele mês que Armin começou a andar pelo hospital quando um colega de quarto lhe apareceu.
Não deveria passar dos sete anos de idade e tinha a cabeça raspada. Sofria de câncer, mas sorria com uma felicidade infinita, como se sua morte não fosse algo a se lamentar. Ele não conseguia entender de onde toda a sua felicidade vinha, mas sabia que se sentia relaxado com a presença do garoto, era quase como um anjo e conversar com seu amigo de quarto lhe deixava tão tranquilo, tão bem, tão feliz, esquecia-se de Mizuky na hora e de tudo que tinha acontecido, toda a sua raiva, todo o seu ódio.
O nome do garoto era Yano e Armin passava horas com Yano montando quebra cabeças, como naquela tarde.
— Ei! Eu não consigo encontrar a outra peça, você encontrou Armin? — Armin negou com a cabeça rindo da irritação de Yano.
— Não, deve estar em baixo da mesa. — Yano concordou com a cabeça se animado, ele parecia mais feliz do que os outros dias e Armin percebeu isso. — Está mais animado hoje. — ele comentou.
— Bem, minha irmã disse que me virá ver. — ele comentou sorridente. O dente do meio de sua boca faltando.
— Mesmo? — ele sorriu alegre pelo garoto, nunca vira nenhum de seus parentes o visitar.
— Sim. Nossos pais são separados e meu pai trabalha muito, assim ela não pode vir me ver quase nunca, ainda mais agora que sua escola começou.
— E onde ela estuda? — ele perguntou sorrindo.
— Sweet Amoris. — Armin sorriu. Sua mãe lhe colocaria naquele colégio esse ano, para afastar os fantasmas passados.
— Eu estudarei lá esse ano. — ele comentou.
— Bem, irei pedir para ela te apresentar algumas pessoas então. Vocês provavelmente vão ser engraçados juntos.
— É mesmo? — ele perguntou curioso.
— Ela é bem cabeça dura. — Yano suspirou e virou o rosto para a porta de vidro. — Veja! Ela chegou. — ele se levantou correndo, mas Armin se manteve no lugar, paralisado, sem saber o que fazer. Pensar ou agir. A irmã de Yano era exatamente como Misuky, não fossem os cabelos um pouco mais longos e os olhos um pouco mais escuros. Ele estremeceu e se levantou em imediato correndo para o banheiro do quarto se trancando lá dentro.
Não. Aquilo não estava acontecendo, não poderia ser Mizuky. Ela estava morta, ele tinha certeza, mas... Quem era aquela garota?
Capítulo 4 — Medo de garotas?
— Ei! Yano, onde está me levando? — ela murmurou enquanto Yano a puxava para dentro do quarto.
— Vem! Tem uma pessoa que eu quero te apresentar! — ele entrou para dentro do pequeno quarto e parou decepcionado quando não avistou Armin. — Mas ele estava... — ele disse pensativo.
— Ele estava? — ela perguntou rindo. — Está tarde, vá dormir! — ela o pegou no colo colocando Yano sobre a cama.
— É meu colega de quarto. — ele apontou para a cama ao lado e a garota percebeu que ele falara a verdade.
— Oh! — ela se aproximou da cama pensativa. — Seu colega, você disse, né? — ele concordou com a cabeça e ela sorriu. — Fico feliz que alguém esteja te fazendo companhia, você parece bem feliz. — o garoto sorriu com o comentário.
— Armin é engraçado, mas ele parece triste.
— Armin? — ela perguntou. — Ele é da minha sala. É amigo de Lysandre. — ela disse sorrindo também. Armin estava com um de seus ouvidos colado na porta do banheiro e estremeceu quando ouviu o comentário. Ele era da sala dela? Ela tinha visto na lista de chamada? Ela amiga de Lysandre? — Bem, agradecerei a ele mais tarde por cuidar de você. — ela se aproximou da cama de Yano o cobrindo e Armin abriu um pouco da porta para observa-la melhor. Ela era mais baixa que Mizuky e parecia mais delicada também. — Boa noite Yano! — ela beijou a testa do garoto com um meio sorriso no rosto, mas era evidente que sofria com as condições do menino.
— Boa noite Denise... — ele sussurrou e Armin pode ouvir ele a chamar pelo nome.
Então era esse? — ele pensou. Denise era o nome dela? — ele sorriu com a noticia e fechou a porta ainda sentindo o peito se apertar.
Esperou que a garota saísse do quarto para poder sair do banheiro e andou até a cama quando Yano despertou o encarando.
— Eu sabia! — ele disse apontando para Armin. — Você tem medo de garotas! — ele disse cruzando os braços e Armin riu do comentário.
— Eu não tenho medo de garotas... — ele se aproximou de Yano sentando-se sobre o canto da cama. — Aquela era sua irmã? — ele concordou com a cabeça. — Ele é bem bonita... — ele disse por fim desviando os olhos para o chão.
— Armin gostou da minha mana? — Yano abriu um enorme sorriso e Armin corou.
— Não disse isso.
— Armin gostou da minha mana! — Yano gritou e a enfermeira que passava ao lado de fora parou na porta para encarar ambos.
— Cale-se! — Armin disse irritadiço e suspirou. — Só achei que ela era muito bonita.
— Sei... — Yano sorriu. — Se você acha melhor dizer que gostar é isso... — ele deu de ombros.
— Agora vá dormir! — ele se levantou cobrindo Yano novamente e andou para sua cama.
— Boa noite mano! — Armin parou por um minuto ouvindo aquela frase e sorriu para o garoto. Naquele momento ele pensou em Alexy que estava viajando para a Inglaterra. Ele sentiu saudade de seu verdadeiro irmão e se deitou na cama encarando o teto pensativo.
A única coisa em que conseguia pensar era Denise.
Ele acordou na manha seguinte assustado. Sua mãe estava ao lado de sua cama com seu pai e ambos pareciam um tanto felizes em vê-lo, embora Armin não tivesse felicidade nenhuma em ver sua mãe.
— O que estão fazendo aqui? — perguntou repreensivo e seu pai caminhou até a cama sorridente.
— Você volta pra casa hoje, filho. — o pai de Armin pousou uma de suas mãos sobre seu ombro e Armin desviou os olhos para Yano que o olhava desanimado.
— Mesmo? — ele perguntou inquieto. Realmente tinha se esquecido disso. — Prefiro ficar. — Yano desviou os olhos para ele surpreso e Armin fechou a cara para seus pais.
— Não vai ser possível, afinal, pagamos as contas do hospital agora pouco. — ele ficou decepcionado com a noticia e concordou com a cabeça sustentando o olhar de Yano que sorriu para Armin feliz em saber que Armin estava livre daquilo, mas triste por perder seu amigo.
— Aqui tem algumas de suas roupas para que você consiga voltar para casa. — a mãe de Armin deixou a bolsa sobre a cama. — Nós vamos te esperar do lado de fora. — ele não a olhou em momento algum.
Esperou que seu pai e sua mãe estivessem ao lado de fora e se levantou indo até o banheiro para se trocar. Vestiu suas roupas como sempre, um casaco, uma calça jeans e um tênis e saiu do banheiro notando o olhar surpreso de Yano em vê-lo vestido tão diferente.
— Ei garotão! — Armin se aproximou de Yano sentando-se na beira da cama. — Você fica bem? — ele levantou uma das mãos para tocar a mão de Yano em um fraco soco como comprimento e Yano sorriu.
— É claro. Denise virá hoje para me visitar. — Armin sorriu com a noticia.
— Poderei te visitar todos os dias? — Yano arqueou as sobrancelhas.
— Todos os dias? Você quer vir? — Yano corou.
— Mas é claro. — Armin disse se levantando segurando sua bolsa.
— Claro que pode. — Yano disse com lágrimas de felicidade nos olho s e Armin sentiu seu coração se apertar quando observou a cabeça careca de Yano. Só agora ele tinha percebido que o garoto não teria tanto tempo de vida e abaixou a cabeça ainda sem entender como conseguia sorrir tão naturalmente quando ele mesmo, que perdera a garota que amava não conseguia se quer olhar-se no espelho.
— Eu voltarei amanhã e todos os dias. É uma promessa. — ele forçou um sorriso para Yano e o garoto sorriu de volta feliz.
— Fico feliz. — Armin deu as costas para o garoto se retirando do quarto e indo até a recepção do hotel onde encontrou seu pai e sua mãe.
Ambos se aproximaram para abraçar Armin que se desviou da mãe abraçando apenas o pai. A mãe de Armin se encolheu sentindo-se ofendida por sua atitude, mas não discutiu sua atitude. Abaixou a cabeça decepcionada e andou atrás de seu filho e seu marido sem dizer mais nada.
Armin entrou no carro novo de seu pai. Se impressionava com o fato de ter passado dois meses em coma e parecer que apenas alguns dias tinham se passado. Ele entrou no banco de trás do carro jogando a bolsa para o lado e encostando-se ao banco enquanto encarava a rua pela enorme janela de vidro.
Ele estava decidido de que não voltaria a morar com sua mãe. Ele provavelmente iria se mudar. Arrumar um emprego, começar a trabalhar, mas não a perdoaria, jamais, pelo que ela fez e estava decidido a nunca mais se aproximar daquela garota a qual Yano chamara de Denise.
Ou ao menos ele pensava assim...
Capítulo 5 — Uma festa de boas vindas!
Armin se trancou no quarto pelo resto da semana. Não queria ver, ouvir, falar com ninguém e embora tivesse prometido para Yano que visitaria o garoto todos os dias, acabou por descumprir sua promessa, ao menos aquela semana.
Faltara duas semanas de aula com medo de ter de encarar Denise ou qualquer outro amigo que lembrasse para ele sobre Mizuky. Ele sabia que não poderia ficar daquele jeito, que deveria sair independente do motivo. Ele deveria superar Mizuky, afinal, já tinham se passado quase quatro meses, mas não tinha coragem para isso.
Foi no final da segunda semana que Nathaniel e Castiel apareceram. As caras emburradas entraram no quarto de Armin sem pedir autorização.
— Já chega! — Castiel se aproximou da cama puxando Armin pela gola da blusa e o jogou no chão enquanto Nathaniel virava os cobertores e travesseiros no chão junto com Armin. — Você está há duas semanas trancado nesse inferno! — Nathaniel suspirou ficando ao lado de Castiel.
— Olhe, não concordo com nada que esse idiota e arrogante diz, mas tenho que concordar dessa vez. Você está com uma semana de prova atrasadas, vai acabar reprovando. Não foi a nenhuma aula, Armin, você ganhou do Castiel em matar aula e olhe que isso é uma coisa que eu julgava impossível, até então... — Castiel fez uma careta para Nathaniel que continuou sério e se abaixou ao lado de Armin colocando uma de suas mãos sobre o ombro do amigo. Os cabelos desgrenhados e loiros caiam sobre seu rosto delicado. — Sinto muito por Mizuky... — Nathaniel disse por fim e Armin engoliu em seco. Castiel deixou sua postura durona esvanecer tendo o rosto agora em uma expressão triste. Castiel fora um dos melhores amigos de Mizuky e até para ele que tinha um coração de pedra foi difícil engolir tudo aquilo. Ele sabia que Nathaniel se sentia em igual. Mizuky era uma ótima ajudante com seu trabalho. Todos estavam no mesmo barco, mas quem sofria mais com tudo isso era Armin.
— Nós estamos no mesmo colégio, cara! — Castiel disse por fim quebrando o gelo e se aproximando de Armin. — Todos nós. Lysandre,eu e... — ele olhou pelo canto do olho para Nathaniel. — Esse abestalhado certinho também. — Nathaniel o empurrou para o lado com uma careta e Castiel sorriu para o amigo que se levantou desviando os olhos para Armin novamente.
— Agora se vista com uma roupa adequada. — Armin desviou os olhos para ambos que vestiam calças jeans. Nathaniel com uma blusa azul sem mangas e Castiel com uma blusa vermelha e sua tradicional jaqueta.
— Aonde vamos? Eu não vou! — Castiel sorriu para Armin se abaixando ao lado dele. Agora era a vez de Castiel falar.
— Para sua festa de boas vindas, parceiro! O Sweet Amoris quer conhecer nosso mais novo calouro! — ele desviou os olhos para Nathaniel que concordou com a cabeça. Castiel pegou o braço e a perna direita de Armin e Nathaniel os opostos. Eles carregaram Armin até o corredor.
— Que raio é isso? Eu não vou! — ele disse se debatendo enquanto eles o desciam pela escada. A mãe de Armin estava com o pai dele sentado em dos sofás da sala e ambos olharam assustados pela situação.
— Como nós sabíamos que você tentaria escapar, nós compramos roupas adequadas para você e trouxemos fita, corda e toda aquela baboseira para você não escapar. — Nathaniel disse rindo e desviou os olhos para a mãe e o pai de Armin. — Boa noite senhores! — ele disse formalmente enquanto Castiel abria a porta da sala.
— Não se preocupem! — Castiel virou-se para os pais de Armin sorrindo exageradamente. — Nós vamos trazê-lo de volta e em segurança logo, logo... — Castiel se apressou em sair primeiro pela porta agora trocando de lugar com Nathaniel que segurava as mãos de Armin e Castiel os pés dele.
— Sim, mas não tão logo! — Nathaniel completou a frase e saiu pela porta batendo a mesma com o pé.
A mãe e o pai de Armin se entreolharam.
— Querido, acho que acabaram de sequestrar nosso filho! — a mãe de Armin comentou chocada.
— É a idade mulher, é a idade. — ele comentou pegando seus biscoitos na mesa de centro e apressando-se em comer.
— Eu não era sequestrada nessa idade. — disse por fim.
— Bem, você abria a janela para que eu entrasse... — a mulher corou pegando um biscoito.
— Acho que a conversa sobre os biscoitos estava melhor. — ele concordou com a cabeça pegando outro biscoito e ambos trocaram de assunto.
Dentro do carro Armin foi jogado para o banco de trás. Ele tentou pular para o banco da frente desesperadamente para sair, mas não obteve sucesso. Nathaniel e Castiel não permitiram. Entraram no carro e dirigiram iguais loucos até o lugar da festa.
Pararam frente a uma enorme casa que seria de um dos alunos veteranos do Amoris. Ambos saíram do carro fechando as portas e deixando apenas os vidros abertos.
Castiel colocou a cabeça para dentro do carro olhando para Armin e apontando para o bolo de roupas ao lado.
— Suas roupas! — ele disse depois de apontar e sorriu. — Esperamos você lá dentro. As chaves estão comigo, nem pense em fugir.
Nathaniel botou a cabeça para dentro do carro também.
— Estaremos por aí, tente não se perder e não confie em ninguém! Você é o calouro da festa, então é provável... — Nathaniel fez uma pausa desviando os olhos para Castiel que continuou a frase.
— Que alguém queira te jogar na piscina ou coisa pior. — Ambos retiraram suas cabeças do carro deixando Armin sozinho. Ele tentou gritar o nome de ambos. Estava furioso.
Ele faria com que ambos o pagassem mais tarde, da pior maneira possível!
Tratou de trocar de roupas antes que algum aluno perdido do Amoris acabesse o encontrando nu dentro de um carro onde as portas estavam abertas. Quando terminou de se trocar notou que as vestes eram como as de Castiel. Uma blusa preta colada ao corpo que fazia seus músculos ficarem a mostra e realçava a cor de seus olhos. Uma calça jeans que provavelmente era de Castiel e um par de botas que também deveriam ser dele.
Ele olhou para a entrada da enorme casa. Pessoas se encontravam nas janelas e na porta da frente. A varanda estava totalmente lotada de pessoas que bebiam e conversavam alto. Ele suspirou sentindo ódio de seus amigos e entrou para a casa enquanto vários olhares se desviavam para ele.
Capítulo 6 — Ela é minha namorada.
Entrou para dentro da enorme casa aflito. Sentia a maior parte dos olhares em cima de si e começava a ficar constrangido com isso. Podia ouvi-los sussurrando algumas coisas, as garotas dizendo que ele era lindo e os garotos perguntando-se quem ele era.
Chegou finalmente até a sala da casa onde várias pessoas estavam sentadas em um enorme sofá que dava a volta pelo cômodo. Ele se aproximou lentamente notando que dessas pessoas reconheceu Castiel, Nathaniel, Lysandre e... — ele ficou aflito em olhar para a última pessoa do sofá. — Denise...
Os olhos de Denise se desviaram para ele com curiosidade quando ele parou bruscamente seu andar para encara-la de olhos arregalados. O clima tenso só foi cortado quando Castiel se levantou rapidamente puxando Armin pela blusa até próximo do sofá onde todos se encontravam. O coração de Armin dava pulos de angustia, perguntas eram formadas em sua cabeça sem parar. Quem ela era? Qual o motivo de ser tão parecida com Mizuky? Ela sabia sobre Mizuky?
Ele se aproximou lentamente acompanhado de Castiel que sorria. Castiel já tinha notado a semelhança entre ambas e sabia que isso seria algo complicado de fazer Armin superar, até pelo fato de Lysandre sempre ter tido uma queda por Mizuky, mas nunca ter confessado isso para Armin ou qualquer outro.
— Armin! — Lysandre disse um tanto incomodado pela presença do rapaz e se levantou imediatamente para cumprimentá-lo. — Bom saber que está bem. — Armin podia ver o descontentamento que sua presença fazia sobre Lysandre, mas preferiu não dizer nada sobre o assunto. Armin desviou os olhos finalmente para Denise que se levantou imediatamente. Usava uma saia preta curta e bem colada ao corpo. Uma blusa azul que deixava seus olhos ainda mais bonitos e um salto que ele notou não interferir muito em sua altura. Ela se aproximou dele beijando uma de suas bochechas e Armin sentiu suas pernas fraquejarem ao sentir o perfume de Denise. Não tinha nada em igual com Mizuky, mas era um cheiro tão bom.
— É um prazer! — Denise se afastou sorrindo e colocando uma parte de seu cabelo atrás da orelha. — Obrigada por cuidar de Yano. — ela sorriu timidamente para ele e Lysandre desviou os olhos para ambos surpreso com a noticia e um tanto encomodado.
— Já se conhecem? — Lysandre passou uma das mãos sobre a cintura da garota a trazendo para perto de si e Armin sentiu um pouco do ciúmes fluir dentro de si.
Ciumes? — ele se perguntou assustado. Talvez fosse o fato dela parecer tanto com Mizuky, mas o que Denise era para Lysandre a segurar como um troféu?
— Ele cuidou de meu irmão. Era seu colega de quarto. — Lysandre deu um meio sorriso para ela e depois desviou os olhos para Armin estendendo uma das mãos.
— Então obrigada por cuidar de Yano. — Armin encarou a mão de Lysandre por um tempo e estendeu uma de suas mãos para Lysandre a apertando. — Minha namorada é bem preocupada com o irmão. — Armin desviou os olhos para Denise que deu um meio sorriso de timidez com o comentário. Namorada? — ele pensou desanimado e recuou alguns passos.
— Não foi nada, Yano é um ótimo garoto. — disse por fim.
— É mesmo. — Lysandre sorriu se afastando de Denise. — Mas já que o novato chegou, vamos dar as boas vindas.
— Lysandre... — Denise o chamou reprovando o comentário.
— Eu já volto. — Denise puxou a camisa de Lysandre para impedi-lo.
— Lysandre, esqueça as boas vindas. — Lysandre ignorou o pedido de Denise e tratou de se aproximar de Armin com alguns de seus amigos que estavam sentados no enorme sofá.
Eles pegaram Armin e o carregaram até a parte de trás da casa. Retiraram seus sapatos e o celular que Armin carregava no bolso jogando o garoto dentro da piscina. Várias pessoas gritaram com a atitude. Castiel e Nathaniel se aproximaram da piscina ambos dando algumas baixas risadas. Tinham passado pela mesma coisa quando entraram no Sweet Amoris.
Um garoto de cabelos castanhos se aproximou da beirada da piscina sorrindo. Os olhos verdes penetrantes encararam Armin que se apressava em sair da piscina.
— Armin! — o garoto gritou para ele sorridente. — Os veteranos do Sweet Amoris te dão as boas vindas. Agora você é oficialmente um aluno da nossa escola. — o garoto levantou as mãos batendo palmas pela brincadeira sem graça e os alunos que estavam nas janelas e ao redor da piscina aplaudiram achando graça do que tinha acabado de acontecer.
Armin sorriu pela brincadeira. Até que não era uma coisa tão ruim assim. Ele se levantou enquanto Castiel e Nathaniel se aproximavam jogando toalhas para ele.
— Bem, não tenho outra roupa para te emprestar. — Castiel comentou rindo.
— Tudo bem. — Armin deu de ombros. — Eu já estou de saída mesmo.
— Já? — Nathaniel perguntou arqueando as sobrancelhas.
— Sim. — ele disse por fim. Os três se viraram quando Lysandre e Denise se aproximaram. Lysandre parecia um tanto incomodado com a situação.
— Desculpe-me Armin. — ele disse relutante. Provavelmente por ordem de Denise.
— Tudo bem. — Armin deu de ombros sorrindo.
— Bem, eu terei de deixar vocês aqui. Parece que meu pai teve um problema com o carro e precisa que eu vá busca-lo. — Lysandre revirou os olhos e se virou para Denise. — Você se cuida? — Denise o olhou com desdém.
— Eu sei me cuidar muito bem, Lysandre. — ela suspirou. Odiava quando ele a tratava como uma criança. Ele se aproximou para beija-la, mas Denise se afastou dando apenas um selinho em seus lábios ao notar a cara de decepção que Armin tinha feito. Armin desviou os olhos para o lado um tanto feliz com a atitude, mas já querendo se afastar da garota. Ele estava afim da namorada de um de seus amigos e isso era errado...
— Tudo bem. — Lysandre disse decepcionado e sumiu entre a multidão de alunos bêbados.
— Bem... — Denise se virou para Armin que tinha as roupas completamente encharcadas. — Desculpe-me pela atitude de Lysandre. — ela disse um tanto sem graça e se aproximou dele. — Meu irmão se mudou faz algum tempo, ele veste mais ou menos como você. Posso te emprestar algumas roupas, ao menos para chegar até em casa. — Armin desviou os olhos para Castiel e Nathaniel que sorriram se afastando de ambos.
— Bem, ele vai adorar! — Nathaniel disse rindo. Sabia que Armin estava interessado em Denise. — Nós por outro lado vamos curtir a festa, nos vemos por aí! — Castiel e Nathaniel saíram apressados e Armin os olhou incrédulo.
Que raio de amigos eles eram?
Armin acompanhou Denise até o segundo andar da casa que se encontrava vazio. A música alta ecoava pelos corredores. Ela morava em um lugar tão grande assim? — perguntou-se.
Eles foram até um quarto vazio. Provavelmente o quarto do irmão de Denise onde era composto apenas por uma cama de casal, uma pequena mesa ao lado, a mesa do computador e um armário. Armin passou os olhos pelo local, não tinha nenhum retrato de seu irmão, mas isso não importava.
Denise foi até o armário puxando uma calça jeans e uma blusa polo para Armin. Ela jogou ambas para ele que sorriu e tratou de pegar as roupas embora não tivesse sucesso. Os copos de bebida estavam começando a fazer efeito e ele não conseguia se quer manter-se de pé. Ela pareceu notar aproximando-se dele rindo e sorriu timidamente.
— Posso te ajudar... Se quiser... — ela disse levando as mãos até a blusa de Armin que soltou um baixo suspiro com o comentário. Ele encostou-se à pequena mesa atrás de si ficando quieto e esperando que ela o despisse.
Denise começou a tirar sua blusa notando os músculos bem definidos. A cabeleira negra ensopada caia sobre o rosto de Armin deixando apenas os olhos azuis se realçarem. Ela desviou os olhos para a calça corando imediatamente e Armin deu um mudo sorriso com sua atitude desviando os olhos para o teto e tampando os mesmo com as mãos.
— Tudo bem, talvez isso ajude. — ele sorriu quando percebeu que Denise ria de sua atitude e a garota tratou de tirar o cinto e a calça dele notando que de nada adiantaria se ele ainda estivesse com a cueca molhada. — Essa parte eu consigo fazer sozinho... — Ele destampou os olhos desviando seu rosto para ela que corou ficando de costas.
Armin demorou longos minutos pensativos. O cabelo de Denise estava preso em um rabo de cavalo que descia até sua cintura e ele podia ver o pescoço nu da garota o chamar. Ele se inclinou para frente rapidamente levando as mãos até a cintura dela e parou no meio do caminho relutante.
Ele não poderia!
Afastou-se imediatamente puxando a cueca seca e trocando ambas rapidamente. Quando terminou acabou tombando para o lado pela bebida e Denise se virou rapidamente para ajuda-lo. Ambos os corpos se tocaram. Armin podia sentir tanto seu coração quanto o de Denise saltar de baixo de seu peito. Ele estremeceu com a aproximação e ela riu da situação.
— Calma bebum! — ela disse em brincadeira e Armin sorriu.
— Desculpe-me. — ele se afastou ainda com o coração acelerado. O desejo te toca-la era impossível de ser controlado e ele se aproximou mais usando a bebida como desculpa.
— Acho que estamos próximos demais. — ela disse se afastando, mas Armin não permitiu deslizando as mãos para a cintura de Denise. Ele a puxou contra seu corpo fazendo ambos se colarem e Denise deu um baixo suspiro com sua atitude. Os lábios de Armin tocaram os dela enquanto ela relutava tentando empurra-lo para trás, mas Armin sabia que sua tentação em beija-lo era de igual. Ele deslizou uma das mãos para a nuca de Denise entrelaçando seus dedos nos cabelos que encontrou por ali impedindo que a garota se afastasse e a dirigiu até a cama soltando as mãos de sua nuca e cintura as deslizando para a coxa da garota e a colocando sobre a cama delicadamente.
Ele começou a despi-la. Pouco se importava com Lysandre, esquecera até mesmo de Mizuky. Os beijos de Denise eram diferentes, eram repletos de desejo e ele amava isso. Ele encostou seu corpo contra o dela, ambos estavam apenas com as roupas de baixo em seus corpos, mas foram parados quando uma baixa batida na porta começou.
Armin se afastou em um salto. Ambos tinham a respiração ofegante, os lábios de Armin já se sentiam dormentes pelo beijo. Ele correu para o armário se escondendo nele automaticamente quando escutou a voz de Lysandre vindo de trás da porta.
Denise se apressou em colocar novamente suas roupas e correu para a porta jogando todas as roupas de Armin para baixo da cama.
— Pois não? — ela abriu a porta relutante deixando apenas uma fresta aberta.
— Amor, sou eu! — ele disse sorrindo e colocando as mãos para empurrar a porta.
— Percebi. — ela disse rindo e saindo do quarto pela fresta.
— O que foi? — Lysandre perguntou desconfiado. — Onde está Armin? — ela lembrou-se que Castiel e Nathaniel sabiam onde ambos estavam.
— Foi pra casa. — ela disse relutante. Estava se sentindo mal por mentir, mas o que poderia dizer? Ele a agarrou e bem... Não é como se ela não quisesse.
Meu Deus! — ela pensou imediatamente. O que estava acontecendo com ela?
— Denise? — Lysandre perguntou preocupado e ela desviou os olhos para o chão.
— Acho que só estou um pouco cansada. — disse por fim. — Tenho de esperar todos irem para suas casas...
— Então vamos para o quarto. — ele disse pegando uma das mãos de Denise sorrindo maliciosamente e ela estremeceu. Ela nunca tinha feito aquilo e hoje se não fosse por Lysandre teria acabado de fazer com um desconhecido.
— Eu acho melhor irmos lá para baixo.
— Mas você está cansada.
— É... Mas não quero ninguém quebrando minha casa. — ela riu forçadamente e Lysandre deu de ombros a puxando para a sala.
Armin saiu minutos depois pegando suas roupas e vestindo as do irmão de Denise. Ele não poderia sair mais daquele quarto ou então Lysandre iria notar que Denise estava mentindo. Ele desviou os olhos para a janela a abrindo e notando uma pequena escada que dava na lateral da casa. Ele desceu por ali correndo pela rua e para o ponto de ônibus.
Entrou no ônibus pensativo. O coração ainda batia descontrolado. O que ele tinha feito? O que tinha dado em sua cabeça para ter aquela atitude?
Ele não sabia. Ele só sabia que iria evita-la, independente do motivo, ele iria...
Capítulo 7 — Um falso arrogante.
— Denise!
Ela se virou lentamente procurando quem a teria chamado pelo nome. Os olhos azuis brilhavam e ela tinha uma cara exageradamente fofa quando ficava com sono.
Desviou lentamente os olhos para a figura que se encontrava logo atrás de seu corpo. Os olhos verdes penetrantes, os cabelos bagunçados e os dentes perfeitamente brancos.
Era Ken.
— Oi! — ela respondeu de imediato enquanto colava alguns papeis no mural da escola. Ken tinha os músculos fortes e bem definidos. A pele era um bronzeado que tirava o fôlego de qualquer uma, embora no passado, Ken tivesse sido um nerd esquisito.
— Você poderia dar as boas vindas para o novo aluno? — Ken encostou-se à parede logo ao lado do mural e Denise deixou que o grampeador que segurava em seus finos dedos fosse derrubado no chão provocando um estardalhaço pelo corredor que ecoou até mesmo para dentro das salas.
As sobrancelhas de Ken se ergueram rapidamente com sua atitude inesperada. Ela parecia assustada com seu pedido e Ken começava a estranhar aquilo.
— Boas vindas? Eu? Você não pode fazer isso? — Ken negou com a cabeça desviando os olhos para o enorme mural a qual Denise pendurava papeis dos clubes.
— Estou um tanto atolado com algumas coisas. Castiel, Lysandre e Nathaniel já estão tendo aula embora seja um milagre que Castiel esteja dentro de uma sala com um professor e não tentando pular os muros do colégio. — Ken suspirou. — Se bem que na última vez ele foi pego depois que as calças grudaram no muro do colégio. Parece-me que Nathaniel colocou alguma coisa sobre o muro para que as calças grudassem e ele tivesse de sair de cueca. — Ken fez uma careta ao se lembrar de Castiel correndo pelos corredores do Amoris apenas de cueca. — Bem, você pode fazer isso para mim, não é? — ele levou uma de suas mãos por sobre um dos ombros de Denise e se afastou antes que ela fosse capaz de protestar.
Minutos depois a porta de entrada do Amoris se abriu. Ela avistou na mesma hora os cabelos negros de Armin e seus olhos azuis a fitarem com desdém, mas ela sabia que alguma coisa estava diferente em seu olhar. Aquele desejo da noite anterior tinha sumido, mas ainda estava ali, em algum lugar.
Ela caminhou em sua direção timidamente enquanto Armin tentava se controlar. Ele não podia perder a postura. Não poderia ser simpático. Ele seria ríspido, o máximo que conseguisse e a trataria tão mal que ela nunca mais o olharia novamente.
Ao menos assim ambos estariam livres de problemas.
— Olá. — ela disse com a voz baixa fazendo os músculos de Armin se tencionarem. — Bem, o garoto que te mostraria o colégio está ocupado. Então eu terei de mostrar tudo no lugar dele.
Armin sorriu em deboche se inclinando para a garota com um enorme sorriso malicioso dançando nos lábios. Era agora que ela nunca mais voltaria para olhar em seus olhos.
— É isso ou a dose de ontem foi muito pouco? — ele perguntou sentindo a respiração de Denise bater contra seu rosto. O coração de Armin acelerava a cada vez que ele se lembrava da noite anterior.
— Como é? — Denise indagou um tanto assustada com a pergunta de Armin.
— A dose. — ele disse rindo forçadamente e aproximando os lábios dos dela. — Aquela que Lysandre não viu. — ele disse por fim deslizando a ponta dos dedos sobre o rosto dela fazendo a garota se afastar o empurrando para trás.
— Esqueça sobre aquilo! — ela disse repreensiva enquanto Armin se aliviava de ter ouvido o que queria, mas ele não queria apenas aquilo. Ele queria que ela o odiasse por completo.
— Mesmo? — ele perguntou cruzando os braços a olhando com desdém. — Você parecia ter gostado...
— Você é ridículo. — ela disse timidamente e Armin pode perceber algo que não percebera antes.
Se Lysandre não tivesse chegado ele teria sido seu primeiro.
Os olhos de Armin se arregalaram um pouco quando sua ficha caiu. Ele estava sendo cruel. Cruel o suficiente, mas o que ele poderia fazer? Ele amava Mizuky e ela era de Lysandre.
— Bem... Talvez eu seja. — ele disse rindo. — Mas isso não importa. Se quiser a segunda dose sabe onde procurar, não é? — ele perguntou pegando um dos braços de Denise para se aproximar da garota, mas ela o empurrou batendo a mão contra seu rosto horrorizada com o que ele estava fazendo lhe dando as costas e sumindo pelo corredor.
Ao menos assim ele não a decepcionaria e não decepcionaria a si mesmo.
Capítulo 8 — O feitiço voltou contra o feiticeiro!
Estava perdido, mas isso não importava para ele. Ele andou por quase todo o colégio tentando encontrar a sala da sua próxima aula, mas não teve sucesso.
Parecia que o colégio não tinha fim, não importava para onde ele fosse sempre acabava entrando no lugar errado e sendo xingando pelos professores que o olhavam com desdém. Ele começava a se perguntar se aquilo era algum castigo pelo que tinha acabado de fazer com Denise.
Ele encostou-se em uma das paredes do Amoris encarando a janela que ficava de frente e suspirou olhando novamente o papel que tinha pegado com a diretora para tentar encontrar sua sala quando ouviu uma doce voz o chamar.
— Desculpe-me — ele virou o rosto lentamente para encarar quem estava falando com ele e percebeu uma menina de cabelos castanhos escuros e olhos em um azul cinzento lindo. Usava um vestido fofo e tinha o rosto com perfeitos traços. — Meu nome é Melody. Sou uma das representantes. — ela sorriu timidamente para Armin. — Você precisa de alguma ajuda?
Armin sorriu para ela tentando ser simpático e mostrou o pequeno pedaço de papel com as aulas de seu dia. Ele já matara o primeiro tempo e o segundo tinha acabado de se iniciar.
— Meu nome é Armin. Eu sou novo aluno. — ela sorriu para ele concordando com a cabeça.
— Eu sei. Vi você saindo da piscina. — ele riu do comentário e ela tratou de explicar para ele onde era a sala.
— É logo ao final do corredor, a direita! — ela disse sorrindo e entregando o papel para Armin que também sorriu agradecendo a garota, mas suas atitudes mudaram repentinamente quando Denise apareceu no corredor indo em sua direção. O coração de Armin se acelerou e ele se sentiu tão nervoso que seus pensamentos se quer conseguiam ser formados direito.
— Bom dia, Melody! — Denise disse por fim se aproximando de ambos, mas sem olhar para Armin.
— Bom dia Denise... — Melody sorriu para a garota timidamente. — Você precisa de alguma coisa? — Denise negou com a cabeça.
— Na verdade não. Só precisava falar com Armin sobre... — Armin tratou de cortar a frase de Denise puxando Melody pelo braço.
— Melody, você tem namorado? — ele perguntou imediatamente e Denise desviou os olhos para a garota que ficou surpresa com a pergunta.
— N-Não. — ela gaguejou corando.
— Então vai estar disponível no sábado? — ele perguntou sorrindo maliciosamente para ela e Denise o olhou incrédula.
— S-Sim. — ela gaguejou novamente e Denise estava pronta para voar em seu pescoço, mas tratou de se manter calma e morder os lábios preocupada com o que Armin iria fazer.
— O que acha de irmos até minha casa ou coisa parecida?
— Eu acho... — Denise cortou a frase de Melody. Já chega! Ela iria devolver na mesma moeda se era isso que Armin queria.
— Que ótimo saber que ambos vão sair, então acho que todos podemos ir juntos para um acampamento no sitio de Lysandre. Nós iríamos de qualquer forma e já iríamos te convidar Armin, agora Melody pode ir também, já que seremos apenas “casais”. — Denise enfatizou a ultima parte sorrindo para Armin que fez uma careta deixando os músculos tensionados. Vê-la com Lysandre era a última coisa que ele queria, mas agora o feitiço tinha virado contra o feiticeiro.
— Eu acho ótima a ideia! — Melody disse por fim abrindo um enorme sorriso e corando em perceber que Denise tinha dito casais.
— Então está tudo combinado! — Denise sorriu saindo e Melody fez o mesmo seguindo a garota para conversar.
— Ei! — Armin chamou incrédulo. — Espere! Eu não concordei! — ele tentou protestar e Denise olhou para ele por sobre os ombros sorrindo.
— Você não precisa. Afinal, se eu quiser segunda dose eu lhe aviso e acho que outra pessoa pode fazer isso. — ela piscou para ele que tencionou os músculos entendendo que ela levara isso como um jogo.
Mas ele sabia que era um jogo a qual perderia.
Capítulo 9 — Não é tão ruim assim
— Vamos Armin! Não é tão ruim assim! — ele tentava controlar seus nervos enquanto Castiel falava sem parar sobre a viagem que estavam fazendo até o sítio de Lysandre. Castiel, Nathaniel e Armin estavam juntos no mesmo carro. Lysandre estava os aguardando no local, Denise e Melody estavam vindo juntas para o sitio em um carro separado, com outras meninas.
— Não me fale disso. Já estou indo para lá contra minha vontade. — ele murmurou se deitando no banco de trás do carro e encarando o teto cinzento.
— Ignore Castiel. Ele está assim por causa de Denise. — Nathaniel murmurou e Armin se levantou de imediato constrangido com o comentário e sabendo que Castiel iria importuná-lo com a noticia, embora já tivesse suspeitas disso.
— Oh! Você também percebeu? — Castiel perguntou sorrindo para o amigo que concordou com a cabeça.
— Até Lysandre percebeu, alias... O que aconteceu naquele dia em que ela te emprestou as roupas? Vocês dois sumiram. — Nathaniel olhou por sobre os ombros para Armin que virou o rosto para a janela repreensivo.
— N-Nada... — ele demorou um tempo para responder e o carro deu um leve balanço saindo da estrada quando Nathaniel e Castiel olharam para Armin por sobre os ombros. Armin rolou do banco para o chão enquanto ambos o encaravam.
— Não me diga que... — Castiel se calou e voltou à atenção para o volante enquanto Nathaniel ficava sério.
— Oh droga! — Nathaniel disse por fim enquanto Armin se levantava resmungando por ter caído. — Você pegou a mina do Lysandre, cara! — Nathaniel disse por fim e Armin ergueu os olhos para ele repreensivo.
— Não foi bem assim... — ele disse inquieto e ambos novamente olharam por sobre os ombros para ele. O carro mais uma vez saiu da estrada e Armin caiu novamente do banco se levantando furioso.
— Você estava no mesmo quarto que ela, trocando de roupa... Bebado, sabendo que ela é a cara da sua ex-namorada e que ela estava, ou pelo menos parecia, afim de você e você não fez nada? — Armin não respondeu. — Por favor, não se aproxime de mim nesse sitio! — Castiel disse por fim quando mais uma vez o carro saiu da estrada. Dessa vez Armin se segurou.
— Dirige direito condenado! — Armin bateu na cabeça de Castiel que resmungou enquanto voltava sua atenção para a estrada.
— Isso vai dar problema. — Nathaniel disse por fim.
— Se ficar perto de mim nesse sitio, vai mesmo... — Castiel batucou no volante.
— Eu não sou gay! — Armin protestou.
— Quem garante? — Castiel murmurou e Nathaniel suspirou.
— Bem... Acho que você deveria pensar melhor sobre isso. Afinal, ela é namorada do Lysandre e você ainda gosta da Mizuky, certo? — Armin não respondeu. — Armin?
— Esqueça disso. — ele disse por fim se deitando novamente no banco de trás do carro. — Eu vou fazê-la me odiar.
— Com o tanto que não se arrependa... — Castiel murmurou. — E que não fique perto de mim no sitio. — ele completou.
— Não vou! — ele disse com a voz firme. — E pare com essa teoria de que sou gay, se fosse a sua mina...
— Se fosse a minha mina você seria gay com certeza, mas como não é... — Armin e Nathaniel riram enquanto Castiel parava na frente de um enorme portão de ferro. — Chegamos!
Capítulo 10 — Eu aposto!
Antes de começar quero avisar que estou colocando na Fanfic as docetes: @Anniya e @sabrisantos !
Abrirei mais vagas mais tarde, claro! Ainda deixando o Dake, Leigh e o Ken!
Quem se interessar deixa aí nos comentários que tem muito MP pra responder. T_T <3
Castiel parou o carro na garagem do sitio quando o portão foi aberto. Era um lugar enorme, com campo de futebol, quadra de basquete, piscina, sauna. Sem falar da casa gigantesca. Tudo por causa do trabalho de seu pai, um famoso empresário que aparentemente estava sempre trabalhando e nunca tinha tempo para seus filhos ou família.
O irmão mais velho de Lysandre era quem normalmente tomava as rédeas da casa e cuidava das coisas quando o pai não estava, embora seu sonho fosse abrir uma loja de roupa no centro da cidade.
Armin, Nathaniel e Lysandre saíram de seus carros enquanto Lysandre se aproximava usando apenas uma bermuda no corpo. Ele abriu um amplo sorriso para seus amigos apressando-se em ajuda-los a pegar as malas e leva-las para dentro de casa. Muitos depois um novo carro chegou.
Denise e Melody estavam acompanhados de duas amigas. Anniya e Sabrina que fizeram Nathaniel e Castiel animarem-se em vê-las. Armin por outro lado estava voltando de dentro da casa para pegar mais malas quando Denise saiu do carro. Observou toda a veste da garota até chegar a seus olhos que o olhavam de igual forma com raiva e curiosidade. Ele deu um meio sorriso com sua reação julgando que ela ainda estava com raiva dele e se aproximou lentamente de Melody para abraça-la e beijar sua bochecha. A resposta de Denise foi puxar Lysandre para beija-lo intensamente enquanto Armin virava o rosto derrotado e arrastando Melody para longe dali.
— Ei! Espere Armin! — Lysandre disse ao se afastar de Denise enquanto segurava a garota com um dos braços. — Fique! Nós estamos pensando em fazer um churrasco, sei lá. — ele desviou os olhos para Melody. — Não sabiam que vocês estavam juntos, mas acho que deveriam comer primeiro... Antes de irem para o quarto. — Melody corou e Denise disparou.
— Eles não estão juntos! — todos olharam para seu rosto e ela notou o que tinha dito. — Quer dizer... Acabaram de se conhecer. — ela deu de ombros rindo e Lysandre ficou um tanto curioso com o incômodo de Denise.
— Bem... — Lysandre deu um meio sorriso. — Espero que todos sejam bem vindos ao sitio. — disse entre dentes quando desviou os olhos para Armin.
— Oh! Quero apresentar para vocês minhas duas amigas! — Denise disse por fim se tocando de que não tinha as apresentado. — Anniya. — ela apontou para uma garota de cabelos prateados. — E Sabrina! — ela apontou para uma de cabelos castanho claro.
— É um prazer! Sou Nathaniel! — Nathaniel se apressou em beijar a bochecha de ambas enquanto Castiel continuava no mesmo lugar.
— ... — Castiel permaneceu em silêncio.
— E você? — Sabrina virou os olhos para encarar Castiel depois de cumprimentar Nathaniel.
— O que tem eu? — respondeu rispidamente.
— Tinha a duvida se a língua estava dentro da boca. — ela sorriu para ele que fez uma careta.
— Isso não é da sua conta. — disse equivocado.
— Mas é de meu interesse. — sorriu divertidamente enquanto Castiel dava um pequeno sorriso. Tinha gostado da maneira como ela se comportava o desafiando.
— Esse sitio é incrível! — Anniya disse por fim sorrindo e Nathaniel desviou os olhos para ela.
— É. O pai de Lysandre tem bom gosto. — Lysandre passou um dos braços sobre o ombro de Denise.
— Bem... Vamos lá para dentro, certo? Quero mostrar a casa e depois podemos comer um churrasco, o que acham? — ele abriu um amplo sorriso para todos e eles concordaram seguindo Lysandre para dentro da enorme casa.
A sala era repleta de vidro de forma que ao lado de dentro você poderia ver o que estava ao lado de fora, mas quem estava ao lado de fora não poderia ver o que estava ao lado de dentro.
Os moveis eram de madeira e toda a casa tinha um cheiro bom de flores do campo.
Armin sentou-se em um dos sofás enquanto Melody sentava-se ao seu lado. Castiel, Nathaniel, Sabrina e Anniya apressaram-se em vestir suas roupas de banho indo direto para a piscina e ambos ficaram com Lysandre e Denise sentados em sofás diferentes. Lysandre desistiu de fazer o tão desejado churrasco quando se sentou ao sofá tomado pela preguiça.
A empregada de Lysandre apareceu trazendo algumas bebidas e as deixou em uma mesa de centro no meio da sala. Lysandre inclinou-se para o lado colando o corpo em Denise que o olhou com desdém. A irritação pela presença de Armin era visível, embora Lysandre estivesse apenas achando que Denise estava tensa com o fato de que ambos dormiriam no mesmo quarto aquela noite, mas a verdade é que ela ainda não tinha se tocado disso.
Ele se inclinou para ela beijando os lábios gentilmente e se afastando minutos depois para encarar Armin que virou a cabeça para a janela olhando o lado de fora da casa.
— Sabe, acho que poderíamos ir para o quarto. — Lysadre comentou pegando o copo de refrigerante e dando um gole enquanto Denise desviava os olhos para ele.
— Lysandre! — disse em um tom de reprovação e Lysandre sorriu.
— O que é? Vamos dormir juntos de qualquer forma mesmo. — ela arqueou as sobrancelhas e Armin fechou os punhos desviando os olhos para ambos.
— Como é? — Denise perguntou assustada.
— Dormir juntos. — ele comentou estreitando os olhos. — Os quartos estão ocupados.
— Não! — ela respondeu imediatamente. — Irei dormir com as meninas. — ela disse entre dentes e Armin suspirou se levantando.
— Vou chamar Castiel e Nathaniel para um jogo de vôlei. Alguém topa? — todos desviaram os olhos para Armin.
— Você não gosta de esporte nenhum. — Lysandre murmurou desanimado por Armin ter interrompido sua conversa e Armin desviou os olhos para Denise que o olhava quase como um apelo.
— Acho que todos viemos para nos divertir. Devemos ao menos fazer algo como isso. — Lysandre estalou a língua se levantando.
— Tanto faz. — disse irritadiço. — Vou dormir um pouco, estou cansado!
— Acho que eu também. — Melody disse por fim se levantando.
— Bem, te mostrarei o quarto então. — Lysandre deixou o copo de refrigerante sobre a mesa e acompanhou Melody até o segundo andar da casa deixando a sala um completo silêncio.
Armin se sentou novamente no sofá pegando a lata de refrigerante e virando um pouco do liquido ao seu copo dando alguns goles enquanto olhava das janelas Castiel, Nathaniel, Anniya e Sabrina dentro d’água.
Denise estava com os olhos fixos em seu rosto. Ele parecia tanto com ela. Os olhos, o cabelo. Mais um pouco poderiam dizer que eram irmãos, mas ele era detestável como pessoa. Não era? — Ela se perguntou lembrando que Armin tivera tomado conta de Yano no hospital e isso fez sua duvida aumentar.
Armin desviou os olhos para a garota percebendo que ela o fitava por um longo tempo e Denise corou desviando os olhos para o lado.
— O que foi? — ele perguntou arqueando as sobrancelhas e ela cruzou os braços.
— Não foi nada. — respondeu o ignorando enquanto ele esboçava um sorriso zombeteiro.
— Pensou sobre a segunda dose? — ele perguntou ironicamente e ela desviou os olhos para ele.
— Pensei e Lysandre acabou de me convidar para ela. — Armin fez uma careta de reprovação enquanto Denise se sentia vitoriosa.
— Ele é ridículo. — disse por fim irritadiço não se contendo mais enquanto apertava o copo em sua mão.
— Ele é meu namorado! — ela disse como resposta enquanto ele deixava os músculos contraídos e ria.
— Aposto que deve estar com Melody agora... — ele murmurou fazendo Denise arquear as sobrancelhas.
— Como é? — ela perguntou incrédula e ele se tocara do que tinha dito.
— Não. Nada. — disse por fim encostando-se ao sofá.
— Ele não é esse tipo de pessoa. — Armin riu.
— Há quanto tempo namora com ele? — ela deu de ombros.
— 3 meses, eu acho. — ela mordeu o lábio inferior e ele sorriu.
— Isso explica bastante coisa. — Armin desviou os olhos para a latinha de refrigerante e depois para a estante logo atrás de Denise. Levantou-se lentamente percebendo um Xbox 360 atrás dela e puxando um dos controles enquanto ligava a TV e o jogo.
— O que vai fazer? — ele levantou o controle para o ar.
— O que parece. Jogar! — Denise se levantou enquanto Armin sentava-se ao chão de frente para a TV encostando o corpo no sofá logo atrás e Denise se sentou ao lado dele deixando seus ombros colados.
— Eu também quero. — ele desviou os olhos para ela surpreso.
— Você joga? — ela sorriu.
— Sim... — ele pegou outro controle entregando para Denise.
— Aposto que não sabe jogar direito. — disse em provocação enquanto ela estreitava os olhos.
— É uma aposta? — ele sorriu.
— É uma aposta!
— E se eu ganhar? O que você terá de fazer? — ele demorou um tempo pensativo.
— O que quer? — ela sorriu para ele.
— Que me diga a verdade... E não minta. — ele soltou um baixo suspiro de reprovação ao pedido.
— E se eu ganhar? — ela sorriu.
— O que quer? — repetiu a pergunta dele e ele desviou os olhos para o segundo andar da casa repreensivo.
— Que não durma com Lysandre. — disse por fim enquanto ela arqueava as sobrancelhas corando e desviando os olhos para ela que sorriu.
— Feito! — ela disse por fim enquanto ele dava inicio ao jogo.
Capítulo 11 — Seu nerd!
— Eu não acredito! — Denise disse incrédula quando Armin venceu o jogo tacando o controle para o lado e esticando as mãos e o corpo convencido de que era melhor do que ela. Lançou um olhar zombeteiro para ela e sorriu.
— Sabe, aposta é aposta! — ele disse vitorioso enquanto movia os pés animadamente sabendo que agora Lysandre não poderia tocar em Denise. Pelo menos aquela noite. — Mas eu não te culpo. Eu sou o melhor nisso... — disse se gabando e Denise largou o controle pulando sobre o garoto fazendo com que ele caísse para trás enquanto ela ficava sobre ele batendo contra seu peito e puxando seu cabelo. — Denise! — ele chamou surpreso e dando gargalhadas enquanto seu corpo ficava entre as pernas da garota e ela ria de Armin tentando segurar suas mãos na tentativa de frustrar seus planos.
— Seu nerd! — ela gritou irritadiça ainda com o sorriso nos lábios enquanto Armin segurava suas mãos atrás de suas costas se inclinando para frente e colocando os corpos um no outro. Ela parou por um segundo aflita quando o tórax de Armin colou ao peito dela soltando um suspiro de aflição e angustia enquanto ele inclinava o rosto para frente colando a testa na dela. A respiração de Armin batia contra o rosto de Denise e ela se arrepiou quando Armin soltou as mãos dela deslizando as mesmas por sua costa apertando a garota para mais próximo de si.
— Armin! — Denise empurrou Armin para trás saltando para longe do rapaz e ficando de pé imediatamente quanto Castiel adentrou na sala completamente molhado. Os olhos de Castiel percorreram todo a sala notando Armin jogado ao chão e se levantando lentamente enquanto suspirava. — O que está fazendo no chão? — Armin desviou os olhos para Castiel.
— Pensando na maneira mais dolorosa de mata-lo. — ele se levantou lentamente.
— Assim você machuca meus sentimentos por você! — Castiel disse tentando parecer um tanto sentido e sorriu para Denise. — Vocês estavam sozinhos? Aqui? — Castiel parou por um minuto pensativo. — Onde está Lysandre?
— Dormindo... — Armin respondeu arrumando o controle do jogo sobre a mesa e Castiel arqueou as sobrancelhas.
— Desculpe-me! — ele disse segurando o riso e indo para a porta.
— Pelo que? — Armin perguntou junto com Denise.
— Não me toquei que só tinha vocês aqui... — ele disse em um tom de diversão e ambos coraram com o comentário.
— Não é nada disso que você está pensando! Ele(a) é um estúpido(a)! — Denise e Armin falaram ao mesmo tempo nervosamente trocando um rápido olhar e Castiel parou no meio do caminho virando-se para eles.
— Bem... — Castiel riu. — Vamos jogar verdade ou consequência. — Castiel sorriu. Tinha acabado de pensar na brincadeira para atiçar os dois. — Alguém vem? — Castiel perguntou animado.
— Vão mesmo? — todos se viraram para uma voz que veio do segundo andar da casa. Lysandre estava os fitando com um rosto sonolento e o cabelo desgrenhado. Tinha acabado de acordar, provavelmente. Melody estava logo ao seu lado, quase se escondendo atrás de Lysandre.
— Vamos! — Castiel respondeu relutante já que o convite era apenas para Denise e Armin.
— Nesse caso nós também! — Lysandre disse sorrindo e apressou-se em descer as escadas. — O que vocês ficaram fazendo enquanto nós dormíamos? — perguntou em tom de diversão ficando ao lado de Denise e a abraçando por trás dando uma leve mordida no pescoço da garota fazendo Armin engolir em seco.
— Jogando! — Armin apontou para o Xbox e Lysandre sorriu.
— Amor, Armin é o melhor Gamer que conheço! — Denise sorriu.
— Eu pude perceber. — ela riu. — É diferente de você! — Lysandre fez uma careta.
— Bem, vamos indo? — Castiel disse indo em direção à porta da sala andando até próximo da piscina onde eles ficaram em baixo de algumas árvores onde existia sombra sentando-se em uma roda onde ao meio colocaram uma garrafa de vidro.
Capítulo 12 — Eu te desafio...
Sentaram-se em uma roda cada um bem próximo do outro enquanto Nathaniel tratava de levar as mãos até a garrafa de coca girando rapidamente. A garrafa raspava ao chão provocando um baixo ruído pelo atrito até ir parando lentamente.
Armin tinha as mãos suadas já que os punhos estavam fechados. Ele pensava em quem seria o alvo da primeira rodada. Talvez Denise e Lysandre? — Ele desejava para que isso não viesse a acontecer. A garrafa finalmente parou seu movimento e Armin se sentiu aliviado quando a boca apontava para Lysandre e a parte de baixo para Melody.
— Então... — Castiel desviou sua atenção para Lysandre que permaneceu um tempo pensativo.
— Verdade ou desafio? — ele perguntou com um sorriso de diversão dançando nos lábios. Melody permaneceu um tempo com os olhos presos em Lysandre. Tinha os pensamentos conturbados e sentia-se aflita com o olhar de Lysandre. — Verdade... — respondeu cabisbaixa.
— Tudo bem. — ele deu de ombros. — É verdade que está saindo com Armin? — os olhos bicolores de Lysandre se desviaram para Armin e depois para Melody. Denise se contorcia pela resposta.
— Acho... Que sim... — respondeu sem jeito e voltou a fitar o chão cabisbaixa enquanto Nathaniel apressava-se em girar a garrafa novamente.
— Bem, nós temos uma regra nesse verdade ou desafio! — Nathaniel e Castiel trocaram um rápido olhar enquanto Castiel continuava a falar.
— E qual é? — Armin perguntou já sabendo que ambos arrumariam problemas.
— Os desafios devem ser feito com casais trocados! — Castiel disse orgulhoso de sua ideia enquanto Lysandre mostrava-se inquieto.
— Como assim? — perguntou aflito enquanto os olhos bicolores se desviavam para Melody.
— Se alguém te desafiar a beijar alguém é qualquer pessoa, menos Denise! — Melody arqueou as sobrancelhas.
— Por quê? — ela sorriu parecendo aliviada.
— Porque se não ficaria muito fácil! — a resposta veio de Nathaniel.
— Por você tudo bem? — Lysandre desviou os olhos para Denise que parecia um pouco incomodada, mas logo deu de ombros e sorriu lembrando-se de Armin.
— Sim. — a garrafa finalmente parou mais uma vez a boca apontando para Castiel e a parte de baixo para Melody. Castiel sorriu maliciosamente enquanto cruzava os braços.
A verdade é que Castiel tinha percebido muito bem como Denise e Armin sentiam-se atraídos um pelo outro e sabia que Lysandre tinha seus segredos sobre diversas garotas, segredos os quais Denise desconhecia. Visto isso, seu plano era simples. Ele provocaria Armin e Denise até conseguir o que queria, levando em consideração, claro, que Lysandre estaria presente.
— Verdade ou desafio? — a garota suspirou aflita percebendo que mais uma vez a pergunta se repetia.
— Desafio. — arriscou.
— Pois bem! — Castiel sorriu já sabendo que isso aconteceria. — Te desafio a beijar Lysandre! — as orbes cinzentas de Castiel se desviaram para Denise que não teve reação alguma com o desafio.
— Bem... — Melody corou enquanto Lysandre deslizava para o lado da garota fitando Denise ao longe.
— É só um beijo, certo? — Castiel concordou com a cabeça pela pergunta de Lysandre que se inclinou para frente permitindo que a garota tocasse seu rosto gentilmente e o beijasse por alguns segundos. Eles se afastaram logo depois constrangidos com as palmas que vieram em seguida e Denise por estranho que pareça não se incomodou com o que vira.
— Próximo! — Nathaniel disse animado desviando os olhos para Anniya que o olhou de igual forma. A garrafa parou minutos depois apontando a boca para Nathaniel e o fundo para Sabrina. — Opa! — ele sorriu observando melhor a garota e desviando os olhos para Castiel que deixou a postura dura decair ao perceber o que se passava na mente maliciosa de Nathaniel. — Verdade ou desafio? — perguntou sorrindo quase como uma criança ingênua não fosse seus planos diabólicos para o amigo ruivo.
— Desafio! — ela respondeu decidida enquanto Nathaniel arqueava as sobrancelhas.
— Desafio a ir em um encontro com Castiel! — os dois abriram a boca incrédulos com o que tinham escutado, mas não protestaram. — Hoje! — Sabrina desviou os olhos para Castiel que concordou com a cabeça relutante. — Pois bem... — ele girou novamente a garrafa dessa vez com a boca apontada para Castiel e a parte de baixo para Nathaniel. Castiel sorriu. És sua vingança.
— Veja! — Castiel disse animadamente enquanto Nathaniel sentia-se como um rato correndo de um gato. — Desafio, certo?
— Eu não disse... — a voz grossa de Castiel interrompeu sua frase.
— Desafio a começar um namoro com Anniya por uma semana!
— Como é? — Nathaniel e Anniya perguntaram ao mesmo tempo enquanto Castiel sorria.
— Bem... — Nathaniel disse sem graça desviando os olhos para a menina.
— Por mim tudo bem! — Anniya respondeu sem jeito dando de ombros e ele sorriu.
— Pois bem... — Castiel empurrou a garrafa para Anniya que tratou de girar a mesma. Armin sentiu o coração saltar, duas pessoas ainda faltavam e quando a garrafa parou em Nathaniel novamente com a parte de baixo apontada para Armin os olhos de Castiel e Nathaniel se cruzaram fazendo par com um sorriso malicioso.
— Opa! — Nathaniel disse animado. Os olhos dourados tinham um brilho desafiador e animador. — Armin, Armin... — demorou um tempo pensativo desviando os olhos para Denise e Armin sentiu seu coração se acelerar. — Verdade ou desafio?
Por um minuto ele pode pensar em verdade, mas tinha medo da pergunta que Nathaniel faria. Sua única opção ali e agora observando bem sua situação era implorar por um desafio.
— Desafio! — sua voz saiu firme, alta e ríspida, mas a verdade é que ele estava fraquejando por dentro.
— Acho que Denise ainda não jogou. — Lysandre desviou os olhos para a namorada inquieto, mas tentou manter a postura com o comentário de Nathaniel. — Armin, vou te confessar uma coisa... — ele disse se levantando enquanto todos mantinham os olhos nele. — Sempre gostei de beijos de cinema, mas nunca vi um de verdade. — as sobrancelhas de Castiel se arquearam com a ideia brilhante de Nathaniel enquanto Lysandre se contorcia em uma careta. — Mostre para nós como deveria ser um?
— Você me desafia a dar um beijo de cinema em Denise? — perguntou aflito as mãos suadas e tremulas, o corpo fraquejando, até sua voz oscilava com o desafio de Nathaniel. Beija-la era tudo que ele queria, mas não ali, não com Lysandre olhando os dois.
Ele desviou os olhos para Lysandre que o olhava ferozmente como se fosse jogar-se sobre Armin para soca-lo e ele contraiu os músculos pronto para reagir se assim fosse necessário.
— É só um beijo, certo? — Denise fez a mesma pergunta de Melody e Lysandre relaxou os músculos tentando se manter calmo percebendo que ele tivera feito a mesma coisa e não poderia protestar. Castiel sorriu satisfeito. Seu plano maligno tinha dado certo!
— Exato! — Nathaniel sentou-se e apontou para Armin e Denise. — Levantem-se! É um beijo de cinema, Armin! Não nos desapontem! — Nathaniel desviou os olhos para Lysandre. — Lysandre, você pode pegar uma bebida para nós? — ele perguntou divertidamente e Lysandre percebeu que Nathaniel tinha medo de sua reação. Para dizer a verdade até Lysandre tinha!
Concordou com um aceno de cabeça levantando-se e indo até a cozinha ficando por lá algum tempo.
— Podem começar! — Castiel disse por fim ansioso para ver aquilo enquanto empurrava Armin para frente quando o garoto se levantou. Ele inclinou-se pelo empurrão em direção a Denise que o parou com as mãos rindo. Estava sem graça e tímida, o coração pulava tanto quanto o de Armin e ela ansiava por aquele beijo tanto quanto ele. Lembrava-se do dia da festa de boas vindas e como Armin a tinha beijado... Ele a beijaria de novo daquele jeito? — perguntava-se enquanto o garoto tinha as bochechas coradas e suava descontroladamente pela situação. — Ande logo! — Castiel disse irritadiço e Armin suspirou fundo levando uma das mãos até a cintura de Denise e a outra para o rosto da garota a trazendo para perto.
O corpo de Denise se colou ao dele. Ele estremeceu com o toque repentino. Os lábios macios tocaram os dele gentilmente se abrindo para o inicio de um beijo enquanto ele deslizava a mão ao rosto da garota para a nuca a fazendo perder o ar com a atitude. Ele a apertou contra ele dessa vez intensificando o beijo e não permitindo que ela se afastasse. Armin teve de flexionar os joelhos para ficar na altura de Denise. Ela era tão baixa, tão frágil e talvez fosse toda aquela fragilidade que o atraísse ainda mais fazendo as mãos paradas na cintura da garota deslizarem por baixo da blusa até as costelas quando uma mão quente o puxou para trás violentamente.
— Já chega! — Lysandre gritou furioso empurrando Armin para trás que caiu ao chão surpreso com a atitude. — Já foi longe demais! — ele disse irritadiço enquanto Armin se recompunha levantando-se e batendo na roupa empoeirada.
— Belo beijo! — Castiel disse provocativo enquanto Lysandre puxava Denise para perto.
— Chega de jogo por hoje! — ele disse irritadiço. — Vem! Vamos pro quarto! — ele puxou Denise pela mão machucando seus braços.
— Lysandre! — chamou aflita quando os braços latejaram com o aperto do rapaz. — Você está me machucando! — avisou tentando soltar suas mãos, mas Lysandre não permitiu puxando a garota com ainda mais força. — Lysandre! — ela chamou de novo agora quase com lágrimas nos olhos quando Armin interferiu separando as mãos de Lysandre na espera de um soco que mais tarde veio rapidamente, mas ele não reagiu. — Que raio Armin! — ele disse irritadiço enquanto via o rosto machucado de Armin por seu soco.
— A culpa foi minha! Eu aceitei o desafio! — ele disse desviando os olhos para as mãos de Denise. — Se deveria machucar alguém sou eu! — completou aflito enquanto Lysandre arqueava as sobrancelhas não acreditando no que estava vendo e se arrependendo de ter machucado Denise. Ele olhou para Denise por sobre os ombros um tanto confuso com sua atitude.
— Denise... — ele a olhou arrependido tocando as mãos da garota que se afastou imediatamente. — Desculpe... — sua voz era tão baixa que ela quase não teria ouvido seu pedido.
— Não me toque... — ela pediu em um sussurro enquanto Lysandre se afastava desviando os olhos bicolores para Armin.
— E você... — a voz de Lysandre se estendeu por um tempo enquanto ele encarava Armin no chão. — Outra hora precisamos conversar... — engoliu em seco ao terminar a frase entrando em casa furioso batendo os pés no chão com raiva.
Capítulo 13 — Sob a luz da lua.
Armin se trancou em seu quarto desejando que Denise não se aproximasse mais dele. Sentia-se culpado por ter aceitado o desafio, por ter causado tantos problemas para ela.
Castiel e Sabrina finalmente tinham saído para seu encontro. Nathaniel e Anniya pareciam bem despreocupados com a conversa no quarto. Melody se trancou no quarto e não saiu mais. Conversava com Denise, tentando acalma-la do que tinha acabado de acontecer e Lysandre foi quem bateu a porta de Armin naquele instante a abrindo lentamente com os olhos bicolores focados no rapaz enquanto a fechava e se dirigia para a cama vaga logo ao lado de Armin.
Sentou-se lentamente sobre ela enquanto mantinha os cotovelos sobre as coxas inclinando-se para frente e encarando o chão. Os lábios se contraíram em uma careta de raiva e descontentamento enquanto ele pensava sobre o que dizer para Armin. Estava um tanto perdido com o que tivera acontecido hoje e levantou os olhos para encarar o rosto de Armin que estava inchado pelo soco que deu.
— Sobre hoje... — Armin começou enquanto segurava um gelo enrolado em panos contra o rosto machucado.
— Não precisa se desculpar. — disse entre dentes. Eu concordei com isso. — ele deu de ombros. — Não é como se Denise fosse à última mulher do mundo, você sabe, tem outras... — ele sorriu para o amigo tentando não encoraja-lo tanto. — Mas vou ter de lhe fazer um pedido, Armin. — Lysandre sustentou os olhos de Armin que piscou algumas vezes confuso. — Quero que se afaste de Denise!
Armin até queria dizer que tentou, tentou e muito, mas não era algo que ele poderia controlar. Ele gostava de Denise e de certa forma ele sentia que ela gostava dele, seria apenas uma questão de tempo e ambos estariam apaixonados, isso se não já estivessem.
Ele deu um longo suspiro.
— Pare de usa-la como se fosse um de seus brinquedos Lysandre. — disse irritadiço enquanto Lysandre arqueava as sobrancelhas.
— Ela não é um brinquedo! — respondeu imediatamente. — Talvez... — ele riu se levantando e dando de ombros. — Isso não importa. Ela ainda é minha namorada! — Armin não acreditava no que estava ouvindo. — Diga-me, você gosta dela? — Armin ergueu os olhos para Lysandre surpreso com a pergunta.
— Não! — ele disse rindo embora estivesse mentindo e Lysandre sorriu aliviado.
— Que bom. — os ombros de Lysandre estremeceram. — Ela realmente parece muito com Mizuky. Sabe... — ele demorou um tempo encarando Armin. — Eu sempre gostei de Mizuky, mas nunca cheguei a te dizer sobre isso.
Armin engoliu em seco. Os punhos se fecharam imediatamente serrados e furiosos enquanto ele encarava Lysandre a sua frente. Como ele nunca percebera isso? — perguntava-se incrédulo.
—Mas isso é passado. — Lysandre deu de ombros e ignorou Armin que ainda o encarava. — Posso contar com você? — ele perguntou sorrindo levando uma das mãos para o ombro de Armin que sorriu para o amigo sustentando o olhar.
— Cla-Claro! — respondeu timidamente enquanto Lysandre se afastava saindo do quarto.
— Obrigada! — ele se retirou do quarto deixando Armin sozinho que atirou o corpo para trás deitando na cama e fitando o teto.
Não demorou muito para que a irritação e angustia o fizessem sair do quarto zonzando pela casa como um fantasma. Usava apenas uma calça de moletom e os cabelos eram totalmente desgrenhados. Ele foi até a geladeira puxando uma latinha de cerveja e a abrindo despejando o líquido contra a boca tentando esquecer-se do que Lysandre tinha confessado. Ele sempre tivera desconfiado disso, mas nunca teve coragem de dizer algo sobre o assunto. Sentia-se tão frustrado com todo o ocorrido e lembrou-se de último minuto que Denise perdera a aposta e não dormiria junto com Lysandre.
Então onde ela estaria agora? — pensou olhando pela janela da cozinha o lado de fora. Percebendo que na beira da piscina uma garota de enormes cabelos negros até a cintura balançava os pés dentro da piscina.
Era Denise.
Ele hesitou em ir atrás de Denise por um minuto, mas a tentação de conversar com a garota era maior que ele. Chegou tão sorrateiro por trás da garota que se levantava pronta para entrar em casa que quando ela se virou assustou-se com a presença de Armin e cambaleou para trás puxando o garoto pela camisa caindo para dentro da piscina.
Ambos rolaram para dentro fazendo um alto barulho ao se chocar na água e demoraram algum tempo para retornar puxando ar para seus pulmões. Denise segurou-se no ombro de Armin. Os pés não conseguiam tocar o chão de tão pequena e ele teve de segurar em sua cintura para que ela ficasse firme em sua frente.
Ambos ouviram um baixo barulho vindo da porta da varanda e notaram Lysandre que fitava a piscina tentando ver quem estava ali.
Armim puxou Denise para a parte mais escura da piscina apertando a garota contra a borda e se abaixando, escondendo ela com ele enquanto aguardava Lysandre retornar para dentro da sala convencido de que ninguém estava ali.
Quando ele retornou Armin desviou os olhos para baixo percebendo que a respiração de Denise batia contra seu pescoço ofegante. Ela estava tremendo de frio e Armin teve pena da garota em seus braços. Ele a apertou mais ainda fazendo a garota soltar um suspiro e sorriu para ela tocando seu rosto gentilmente.
— O que faz aqui? — a voz de Denise saiu em um sussurro e Armin se arrepiou.
— Bem... — ele sorriu. — Estava querendo saber o que você fazia aqui. — ela arqueou as sobrancelhas corando.
— Não conseguia dormir direito. — ela respondeu tocando o rosto de Armin que arregalou os olhos estremecendo com a atitude. — Você melhorou? — perguntou preocupada e Armin sorriu concordando com a cabeça deslizando uma das mãos para o braço de Denise.
— E seu braço? — um ingênuo sorriso apareceu nos lábios de Denise.
— Melhor! — deu de ombros aproximando-se mais dele. — Você não precisava me proteger... — ele riu.
— Era o mínimo que poderia fazer depois de você ter me aturado bêbado. — ela corou lembrando-se da noite da festa.
— Bem... — ele não esperou que ela terminasse e encostou os lábios nos dela e beijando gentilmente. Ela se afastou segundos depois olhando para ambos os lados preocupada de que alguém estivesse vendo. — Armin! — ela disse em reprovação e mais uma vez Armin a beijou ignorando o comentário fazendo Denise encostar a cabeça na borda da piscina enquanto puxava as coxas da garota entrelaçando elas em sua cintura. — Isso é errado! — ela murmurou entre o beijo enquanto ele ria.
— Então acabei de descobrir que você não é uma garota certa e eu um cara super errado! — ele levou uma das mãos segurando o queixo de Denise beijando o rosto dela e depois mordendo seu queixo.
— Você é um nerd! — ela disse em brincadeira e ele riu quando ela o socou inclinando o corpo para trás a trazendo junto. Ele andou pela piscina ainda a segurando em seus braços com as pernas entrelaçadas em sua cintura.
— Eu sou melhor que você nos jogos, não me culpe! — ele encostou a testa na dela mordendo o lábio inferior da garota tentando se controlar para não despi-la ali mesmo.
— Armin... — o tom de sua voz mudou e Armin parou de se mover ainda segurando a garota enquanto ela passava os braços em volta do pescoço de Armin se pendurando. — Você gosta de mim? — ela perguntou em um sussurro e Armin estremeceu soltando a garota imediatamente dentro da piscina e se afastando. — Armin? — ele se virou de costas para ela ignorando a pergunta pronto para sair da piscina quando ela o puxou para encara-la novamente. — Pare de se comportar desse jeito! — Denise quase gritou e Armin desviou os olhos para observar melhor ao redor verificando se alguém estava por perto. Ele desviou os olhos para ela repreensivo e segurou o rosto de Denise mantendo os lábios próximos dos do dela.
— Sim. — ele respondeu em um sussurro. — Eu gosto.
Os lábios de Denise se arquearam em um sorriso exagerado enquanto ela se inclinava para beija-lo desesperadamente e ele a puxava para seus braços novamente colocando as pernas da garota em sua cintura.
Ele saiu da piscina ainda beijando Denise e tomando cuidado ao entrar na casa com a garota enquanto ambos se dirigiam para o quarto que Lysandre deixou para Armin.
Armin trancou a porta assim que entrou ignorando todo o quarto e bagunça enquanto tirava as vestes da garota rapidamente deixando que ela o despisse. Ambos os corpos se colaram enquanto ele a deitava na cama. Por um minuto ele percebeu sua situação enquanto deitava por sobre o corpo da garota nua. As mãos de Armin deslizavam pelas curvas de seu corpo, ele percebeu então que estava prestes a fazer isso com Denise, fazer o que eles não tinham terminado na última vez e as mãos começaram a tremer e suar. Ele estava começando a ficar nervoso por mais que já tivesse feito aquilo, ele se sentia tão aflito que o coração explodia e pode perceber pelo olhar de Denise que ela estava em igual.
Ela se inclinou para frente notando que ele estavo tão nervoso quanto ela e sorriu para Armin beijando a ponta de seu nariz rindo.
— Tudo bem... — ela disse segurando uma de suas mãos enquanto ele se arrepiava com o sussurro ao seu ouvido.
Ele deu um meio sorriso para a garota voltando a beija-la e esquecendo-se do nervosismo. Eles certamente fariam aquilo àquela noite.
Naquela época ele achava que essas coisas, essas brincadeiras seriam eternas e logo mais ela seria dele, apenas dele e ele poderia dizer com sinceridade para ela o quanto a almejava, o quanto a queria ao lado dele.
Mas como eu disse... Ele apenas achava e a verdade é que tudo aquilo era apenas o início de longos tormentos...
Então gente... Como disse em Trust Me eu estou de mudança e por conta disso não postarei diariamente como antes pelo fato de estar muito atolada com as coisas! Quero pedir desculpas caso atrase algum capítulo ou não responda os comentários, realmente estou muito atolada e agradecer vocês que andam acompanhando minhas fanfics! *-* Muito obrigada! <3
Capítulo 14 — Você vai me pagar caro!
Quando Armin acordou os cabelos de Denise estavam batendo contra seu nariz deixando o cheiro da garota ainda melhor do que antes. Ele se levantou lentamente enquanto abria um amplo sorriso ao perceber que ambos tinham dormido juntos. Ele aproximou os lábios da nuca da garota roçando o mesmo no local até o lóbulo de sua orelha fazendo a garota se arrepiar e erguer os ombros lentamente enquanto se movia acordando. Armin sorriu em vê-la arrepiada e tinha até planos de deslizar as mãos pela cintura perfeita da garota quando alguém bateu na porta.
Ele caiu da cama puxando o cobertor e fazendo Denise saltar pegando suas roupas e as vestindo. Caiu quando tentou colocar a calça jeans tão apressada fazendo um alto estardalhaço e Armin puxou a cueca a colocando e fazendo sinal de silêncio para a garota que concordou com a cabeça assustada.
Ele caminhou até a porta abrindo uma fresta e observando Castiel ao lado de fora.
— Armin! — disse quase em um grito. — Você viu Denise? Leigh está maluco procurando a garota, ela sumiu desde ontem! — Armin arqueou as sobrancelhas surpreso com a informação e fechou a porta na cara do amigo que ficou sem entender nada. — Armin? — Castiel perguntou para a porta.
Armin virou-se para Denise que agora colocava a blusa apressadamente e abria a janela do quarto.
— Você vai...? — a voz de Armin se estendeu por um tempo enquanto Denise ria da pergunta passando as pernas pela janela e parando na varanda desviando os olhos azuis para Armin colando os lábios nos dele e sorrindo.
— Te vejo depois? — ela perguntou aflita enquanto ele sorria para ela passando as mãos no rostinho delicado.
— Sim... — ele riu. — Sabe que eu quem deveria estar fazendo o papel de Ricadão, não é? — ele perguntou em tom de diversão enquanto ela gargalhava beijando a ponta do nariz de Armin.
— Eu vou terminar com ele. — ela disse abrindo um amplo sorriso para Armin que sorriu de volta não acreditando no que tinha ouvido e vendo a garota se distanciar correndo para longe.
Armin voltou sua atenção para dentro do quarto desviando os olhos para a porta e indo até lá enquanto vestia suas vestes. Alguém batia na porta descontroladamente e ele estava começando a se irritar com Castiel. Ia xinga-lo de todas as formas possíveis, mas, quando abriu a porta foi repreendido por um soco que veio de Lysandre.
Armin caiu ao chão atordoado enquanto desviava os olhos para Lysandre e sentia uma fina lasca de sangue escorrer até a boca. Lysandre fechou a porta e caminhando até o meio do quarto observando Armin no chão.
— Que raio...? — ele parou a pergunta na metade quando viu Lysandre balançar uma latinha de cerveja. A latinha que Armin tinha tomado na noite anterior e Armin engoliu em seco.
— Sabe, amigos não costumam trair. Namoradas e namorados sim, isso é normal, mas, amigos? — ele perguntou rindo zombeteiro e colocando a latinha sobre o cômodo ao lado da cama. — Isso é demais para meus ouvidos, sabe Armin? — Lysandre aproximou-se de Armin tocando o rosto do rapaz e o apertando brutalmente.
— Não me diga isso, você vive saindo com outras garotas nas costas dela. — disse entre dentes enquanto Lysandre concordava com a cabeça.
— Verdade. — ele riu. — Mas ela não deve sair com outros caras. — novamente Lysandre acertou Armin com um soco fazendo sangue sair de seus lábios e do nariz. — E sabe Armin... Eu já percebi que você não leva muito a sério quando eu venho diretamente até você. — Lysandre sorriu maliciosamente e Armin desviou os olhos para ele estremecendo. — Mas, será que se eu for até Denise você entenderia perfeitamente? — as sobrancelhas de Armin ser arquearam e as sobrancelhas caíram para frente se juntando em um semblante furioso.
— Não seja estúpido! — ele gritou. — Ela logo não será sua namorada! — Lysandre pegou a gola da camisa de Armin o olhando divertidamente.
— Ela não vai terminar comigo, Armin. Acredite. — ele disse entre dentes. — Ela é minha, sempre será e você vai se afastar dela. — ele disse dando de ombros e olhando Armin com desdém. — Mesmo que isso não aconteça, acho que Denise vai amar saber que você a usa pelo fato de Mizuky e Denise serem bem parecidas. — os ombros de Armin se tornaram rígidos. Ele usava Denise? Lysandre soltou a gola do rapaz se levantando e dando as costas para ele. — Eu te provarei que Denise vai pagar caro pelo que você fez! — Armin estremeceu se levantando e puxando Lysandre de volta pelo braço. As mãos trêmulas de Armin pararam na gola da blusa de Lysandre o empurrando contra a parede. Castiel apareceu minutos depois assustado e confuso com a situação enquanto Armin o ameaçava.
— Eu te prometo! — disse entre dentes. — Se você ousar machuca-la Lysandre, eu te prometo que pagará muito mais caro depois! — Lysandre soltou uma alta gargalhada de diversão.
— Tudo bem... — ele murmurou. — É bom se preparar para amanhã. — Armin retirou as mãos de Lysandre que se adiantou em sair pela porta dando um último aviso. — Já ia me esquecendo... — ele olhou por sobre os ombros para Armin. — Eu estou te expulsando do meu sitio!
Capítulo 15 — Doce vingança
Bem, pedi autorização para fazer esse capítulo já que ele ficou meio forte... Então, digo que ele foi autorizado pela linda da @AlessaVerona *-* Boa leitura!
— Boa tarde!
Denise adentrou a cozinha se assustando. Todos estavam em silêncio. Nathaniel e Castiel trocavam olhares atordoados, Sabrina e Anniya a olhavam preocupadas e Melody parecia desconfortável na cadeira movendo algumas mechas de cabelos para frente e para trás da orelha enquanto observava Denise dos pés até a cabeça.
— O que está acontecendo aqui? — perguntou confusa com todos os olhares em cima dela enquanto Anniya se adiantava.
— Sabe... Aconteceram algumas coisas... — Anniya mordeu o lábio inferior arqueando uma das sobrancelhas enquanto um baixo estrondo vinha da sala. Lysandre adentrava a cozinha com os olhos furiosos parados em Denise.
— A festa acabou! — ele anunciou arrastando Nathaniel e Castiel da cadeira para longe enquanto as meninas também se levantavam assustadas.
— Lysandre? — Castiel perguntou aflito quando Lysandre puxou a gola da camisa do garoto o aproximando.
— Você sabia! Ele sabia! — Lysandre apontou para Nathaniel enquanto Denise se tocava do que estava acontecendo e recuava. — Quero todos fora da minha casa! Agora! — disse por fim enquanto todos se apressavam em arrumar suas coisas e ir embora. Denise tentou se adiantar em passar despercebida, mas, Lysandre a segurou por um dos braços a prendendo com força. — Mas, você fica! — ele sorriu maliciosamente para a garota a arrastando até o quarto e a trancando lá dentro.
— Lysandre? — ela perguntou assustada enquanto o coração saltava da boca. Tentou bater na porta desesperada querendo sair, mas, não conseguia. Vasculhou as gavetas atrás de uma chave e quase todo o quarto atrás de alguma coisa não encontrando nada e por fim desistiu. Longos minutos se passaram quando a porta do quarto se abriu. Ela levantou ansiosa na esperança de que fosse uma de suas amigas ou Armin, mas, foi surpreendida quando Lysandre adentrou o quarto tirando a camisa e a jogando para o lado. Ele se atirou sobre a garota a pegando no colo e a jogando sobre a cama brutalmente enquanto ela se debatia com o corpo de Lysandre por cima. — Lysandre! — ela gritou assustada tentando empurra-lo para trás.
— Você me traiu certo? — ele disse enquanto se despia prendendo as mãos da garota com uma de suas mãos e roçando os lábios no dela. — Então... Será que ele se sentiria como eu se você o traísse? — os olhos dela se arregalaram enquanto ela se preparava para gritar, mas, Lysandre foi mais rápido em beija-la ferozmente fazendo os lábios da garota doerem. Ele mordeu os lábios dela com tanta força que Denise sentiu uma lasca de sangue escorrer pelo canto da boca. As mãos de Lysandre passaram ferozmente pela coxa de Denise que se debatia ainda mais estremecendo pelo toque de Lysandre, mas, não por desejo e sim com nojo do rapaz que sorria maliciosamente para ela. — Você vai me pagar Denise... — ele disse em um murmuro de diversão enquanto ela sentia lágrima caindo dos olhos.
Aquilo era apenas o início da noite.
[...]
Armin chegou ao colégio exausto à cabeleira negra desgrenhada e os olhos azuis perdidos no corredor. Ele estava parado na porta esperando ansiosamente por sua garota, Denise.
Ele tinha ligado para ela tantas vezes na noite anterior que perdera as contas, mas, ela não o tinha atendido e algo começava a deixa-lo preocupado. Quando Castiel se aproximou de Armin, ele podia jurar que boa coisa não viria. Os olhos de Castiel estavam arregalados, quase saltando dos olhos e ele se apressou em puxar Armin para dentro do colégio o parando na primeira sala vazia enquanto se adiantava nas palavras desesperado.
— Armin... — ele murmurou. — O que aconteceu na noite anterior?
— Como assim? — ele deu de ombros e engoliu em seco.
— Depois que você foi embora Lysandre mandou todos nós embora.
— Todos? — ele arqueou as sobrancelhas.
— Menos Denise... — ele completou e Armin se atirou para Castiel pegando a gola da camisa do rapaz e o prendendo contra a parede.
— Você a deixou sozinha com ele? — ele gritou com Castiel chamando a atenção de alguns alunos que passavam ao lado de fora.
— Cara! Calma! — ele tentou acalmar o amigo abrindo um sorriso amigável. — Ele só queria conversar... — Armin largou Castiel saindo apressado da sala e ignorando os chamados da diretora. A chuva que caia ao lado de fora molhava completamente sua roupa, mas, ele não se importava. Puxou o celular apressado do bolso e discou o número de Nathaniel. O celular tocou algumas vezes até que o loiro atendesse.
— Sim? — Nathaniel perguntou um tanto preocupado.
— Veja a fixa de Denise e me informe onde ela mora!
— Como é? — Nathaniel perguntou aflito.
— Veja! — ele gritou ao telefone fazendo Nathaniel se preocupar ainda mais e demorar algum tempo para responder.
— É na minha rua. — ele sussurrou espantado pela noticia. Nem ele sabia dessa e Armin desligou o celular imediatamente correndo até o metrô.
Ele estava aflito, confuso. Ficava na duvida entre ir até a casa de Lysandre para mata-lo ou visitar Denise e tirar toda a história a limpo, mas, ele precisava desesperadamente vê-la, ter a certeza de que Lysandre não tinha feito nada com ela e que ela estava bem. Que ela estava segura.
Ele se sentou em um dos bancos olhando para o teto rabiscado e pichado com nomes os quais ele não conhecia. Sua cabeça estava um turbilhão de pensamentos sobre Denise e o que Lysandre poderia ter feito com ela para se vingar.
O estomago começava a embrulhar só em pensar no rosto de Denise chorando. Ele se virou para a cadeira logo à frente socando a mesma uma, duas, três vezes até o pulso começar a doer e depois levou as mãos até os cabelos desgrenhados quase os arrancando da cabeça. Pouco se importa se alguém estava olhando e o julgava maluco. Ele só tinha em mente que queria vê-la e que mataria Lysandre.
Ele definitivamente mataria Lysandre se ele tivesse encostado um único dedo nela!
[...]
Ele parou na rua aflito enquanto olhava a mensagem de Nathaniel que mandara para ele o número da casa de Denise. Os olhos azuis de Armin se desviaram pelo número das casas enquanto ele corria molhando toda a calça jeans e estragando o tênis novo.
Parou imediatamente arfando quando encontrou o que procurava. Não tinha tempo para chamar qualquer pessoa no portão e pulou o muro indo até a porta batendo descontroladamente na mesma até que a porta se abriu.
— Meu Deus! — uma mulher baixinha muito parecida com Denise apareceu o fitando assustada. — O que quer meu jovem? — perguntou abismada com a expressão de Armin que parecia desesperado.
— Denise! — ele disse com dificuldade tentando puxar ar para os pulmões. — Você sabe onde ela está? — a mulher sorriu abrindo a porta e percebendo que se tratava de sua filha.
— Sou a mãe dela. — Armin se endireitou na postura suspirando e segurando na parede ao lado da porta tentando controlar a respiração.
— Por favor, poderia vê-la? É uma emergência... — ele disse em um murmuro dando um olhar de apelo para a mulher que pareceu perceber como ele estava realmente preocupado.
— Bem... Eu já estava saindo para fazer umas compras no mercado, mas, ela está no quarto. Não saiu de lá desde que chegou ontem da casa do namorado... — Armin estremeceu. — Você pode subir e converse com ela, por favor... — Armin percebeu como a mulher parecia preocupada. — Eu já não sei o que fazer para ela sair de lá...
Comentem, por favor T_T Foi um capítulo meio tenso. @_@
Capítulo 16 — É verdade?
Ele correu até o quarto de Denise quando a mãe dela já tinha saído para ir ao supermercado. Ele se encostou na porta de madeira batendo várias e várias vezes na mesma, fazendo até mesmo as paredes estremecerem, ele chegava a socar o lugar enquanto chamava por Denise desesperadamente. A cabeleira negra recobrindo o rosto completamente molhado da chuva. Os orbes azuis penetrantes ressaltados e assustados.
Ele arrombaria a porta se ela não aparecesse.
— Denise! — ele gritou novamente desesperado em vê-la, em conseguir abraçar aquele corpo tão frágil com seus braços musculosos. — Abra a porta, por favor! — ele pediu desesperadamente tentando abrir a maçaneta quando a porta foi puxada para trás e os olhos azuis e brilhantes de Denise apareceram.
Ela estava com fundas olheiras e o boa parte de seus braços tinham hematomas horríveis. Os olhos pareciam inchados e ela parecia tremula e prestes a tombar no chão.
Estava cansada. Parecia acabada de tanto chorar e a voz saia em um fiasco com dificuldade, rouca e quase sem vida. Provavelmente tinha gritado muito.
Gritado? — Armin arregalou os olhos e arqueou as sobrancelhas percebendo o que tinha de fato acontecido na noite anterior e puxou um dos braços da garota a aproximando de seu corpo enquanto se inclinava para frente a abraçando com força. Fazendo o corpo magro e frágil permanecer entre seus braços enquanto sussurrava ao ouvido dela aflito.
— O que aconteceu? Qual o motivo de não querer sair do quarto? — ela o empurrou fracamente para trás lançando para ele um sorriso fraco e forçado. Armin estava se sentindo um lixo em vê-la quebrada daquele jeito, como se alguém a tivesse partido ao meio.
— Não... — ela gaguejou encontrando dificuldade para manter a voz firme. — Não aconteceu nada Armin. — disse rindo forçadamente. As mãos se moviam nervosamente tentando manter uma mecha do cabelo atrás da orelha. Armin pode ver várias marcas roxas envolta do pescoço da garota e sentiu a raiva tomar conta de seu corpo. Os punhos se fecharam socando a lateral da porta fazendo os punhos doerem.
— Me responda! — ele gritou para Denise que estremeceu assustada com a atitude do garoto recuando alguns passos para dentro do quarto fazendo Armin adentrar o quarto dela também.
— Por favor, você não entende... — respondeu fracamente sentando-se na cama e deixando as lágrimas rolarem pelo rosto fazendo um único caminho ate o queixo onde se acumularam e respingaram pelo chão e tapete do pequeno quarto.
— Ele... — Armin agora é quem encontrava dificuldade para falar. — Ele... — gaguejou. — Ele te forçou a fazer alguma coisa? — perguntou aflito se abaixando na frente de Denise e segurando uma das mãos da garota que assentiu com um movimento de cabeça fazendo os músculos do pescoço de Armin se tencionarem. — Não me diga que ele...
— Sim... — ela respondeu em um baixo murmuro fazendo Armin estremecer e puxar a garota para os braços rapidamente a apertando com força e cheirando o cabelo dela.
— Me desculpe! — ele pediu desesperado. — É culpa minha, por favor, me desculpa! — ele estremeceu passando os dedos pelos braços finos de Denise enquanto a garota se arrepiava com o toque notando como ele se preocupava com ela, mas, isso não era o bastante.
Ela se afastou dele o empurrando para trás e tentando controlar as lágrimas enquanto o observava ali, caído no chão a encarando sem entender nada.
— Me diga... — ela encontrou dificuldade para concluir a pergunta. — É verdade... — ela o olhou nos olhos com as lágrimas rolando pelo rosto novamente. — Que você apenas me usou por ser parecida com sua ex?
Armin estremeceu. — Era isso que Lysandre tinha dito para ela? Era isso que Lysandre queria fazer com ele? Queria fazer ambos ficarem desse jeito?
— Denise... — tentou responder.
— Por favor, saia daqui... — ela pediu educadamente percebendo que Lysandre dizia a verdade.
— Não! Eu não... — ela o interrompeu levantando e abrindo a porta.
— Saia! — ela gritou. — E não volte, nunca, nunca nessa casa! Não olhe pra mim desse jeito, nem mesmo me encare por muito tempo! Você é tão desprezível quando Lysandre! — concluiu vendo o rosto de Armin se contrair incrédulo.
Ele caminhou até a porta parando ao lado de fora do quarto e virando-se para encara-la colocando o braço contra a porta tentando dizer para ela que aquilo não era verdade, mas, uma parte dele duvidava disso.
— Denise... — novamente ela o interrompeu.
— Saia! — ela pediu fitando o chão enquanto os braços tremiam de medo. — Por favor, saia! — ela pediu novamente enquanto Armin relaxava o braço deixando a garota bater a porta em seu rosto e se virou para a escadaria passando as mãos nos cabelos negros e molhados observando o chão.
A única coisa que tinha em mente era fazer Lysandre pagar pelo que tinha feito.
Capítulo 17 — Tudo que vai volta
Armin saiu atordoado da casa de Denise.
Ele não queria saber de outra coisa. Ele não queria outra coisa, ele queria apenas encontrar Lysandre e matá-lo, mas, ele também sabia que naquele ponto do campeonato Lysandre não apareceria no colégio e nem mesmo estaria em casa.
Ele dobrou algumas esquinas inquieto e aflito. O que ele faria agora?
Precisava se acalmar e talvez soubesse um bom lugar para isso.
Adentrou a porta do hospital varrendo os olhos nas pessoas e médicos que passavam de um lado para o outro. Sua cabeça era um turbilhão de pensamentos, mas, ele sabia exatamente para onde ir.
Andou até um pequeno quarto em uma parte do hospital e encontrou apenas uma cama vazia. Os olhos ficaram aflitos, o coração acelerou. Onde estava Yano?
— Com licença! — virou-se para ver uma mulher de cabelos ruivos preso na cabeça. Provavelmente uma enfermeira. — Posso ajudar?
— Sim... — murmurou. — Procuro um garoto que estava nesse quarto, Yano! — a mulher arqueou as sobrancelhas surpresa e se virou.
— Por favor, me acompanhe...
Armin caminhou ao lado da mulher até outra parte do hospital. Uma onde apenas os casos mais sérios ficavam e teve seu coração apertado. O que teria acontecido com Yano desde que ele estivera fora?
A mulher parou frente a um quarto e abriu a porta.
— Você tem 15 minutos. Ele precisa muito descansar. — Armin concordou com a cabeça já se sentindo nervoso e adentrou o quarto se deparando com aquilo; Yano deitado em uma cama repleto de máquinas para que ele conseguisse respirar bem.
Ele recebia soro e seus olhos estavam avermelhados com profundas olheiras em baixo que os rodeavam. As mãos de Armin tamparam os lábios surpresos em ver o garoto e se encheram de lágrimas quando o garoto sorriu fracamente para ele em um sorriso quase apagado.
— Você veio! — Yano disse quase em um sussurro. A voz rouca e o corpo quase sem força alguma.
— Sim... — Armin murmurou sentindo-se a pior pessoa do mundo. Como ele foi capaz de ficar todos esses dias sem visitá-lo? — Desculpe-me por não ter vindo antes. — se aproximou da cama sentando-se ao lado de Yano e apertando a mão do garoto que respondeu o aperto apenas com uma fraca movida na mão.
— Tudo bem. Você deve ter suas coisas, meu pai também é bem ocupado. —o coração de Armin se apertou. — Ele nunca vem. — riu forçadamente tornando os orbes vazios e distantes. — Como está minha irmã? — Armin engoliu em seco.
— Em tempos... — ele parou sua fala na metade e sorriu forçado. — Está bem. — concluiu querendo não preocupar o garoto. — Estudamos juntos.
— Eu sei. — ele riu. — Ela me fala muito de você. — Armin sorriu bobamente com a noticia. — Ela deveria ter vindo me visitar, mas, não veio. — os olhos de Yano se tornaram cabisbaixos e Armin sorriu.
— Ela teve um problema com Lysandre. — engoliu secamente com as mãos suadas e nervosas.
— Entendo... — Yano riu. — A preferia com você. — Armin riu do comentário.
— Acho que eu também... — murmurou fazendo o garoto corar e abrir um amplo sorriso.
Ambos ficaram ali, conversando, trocando assuntos e mais assuntos sobre tempos antigos. Armin queria aproveitar o máximo daquele garoto e queria fazê-lo sentir-se bem já que estava a um fiasco de vida.
Na verdade, eles não sabiam...
Que Yano tinha por volta de uma semana de vida.
[...]
Quando Armin adentrou o colégio no dia seguinte não parou para falar com ninguém. Seu objetivo era simples. Ele não se importaria com a diretora parada ao corredor ou com a bronca que levou ao chegar em casa.
Ele simplesmente partiu diretamente para o pátio do colégio percebendo que Denise dessa vez estava encolhida em um canto, com Lysandre ao lado. Segurando a garota como um brinquedo entre os braços.
Ele partiu para cima de Lysandre ignorando as pessoas ao redor e puxou o garoto pela gola da blusa o empurrando para o chão.
Os orbes azuis de Denise pararam dos dois enquanto a garota ficava boquiaberta com a reação de Armin que tratou de se inclinar para frente semisserrando os punhos e começando a socar o rosto de Lysandre que tentava desesperadamente revidar, mas, era recebido com socos no nariz, boca, chutes no abdômen, assim como joelhadas.
Castiel tentou entrar no meio de ambos para aparta-los junto com Nathaniel. Ken estava sentado em um dos bancos bem longe dali com suas calças com estampa do exercito e tinha ficado tão assustado com a reação de Armin quanto qualquer outro.
Sabrina e Annya estavam horrorizadas. Melody já estava aos prantos, chorando e Armin... Ele não parava de bater em Lysandre e não parou até ver o garoto desmaiado afogado em uma poça do próprio sangue.
Afastou-se por fim ouvindo os chamados de seus professores e sua diretora indo diretamente para a coordenação e ignorando o olhar surpreso e assustado de Denise. Ele estava se vingando por ela e descontando toda a raiva que sentia, independente dela sentir ou não ódio dele.
Mas, ele sabia que aquilo custaria caro mais tarde.
Talvez bem mais do que ele imaginava.
Capítulo 18 — Apenas vá embora, por favor...
— Uma semana suspenso! — a mãe de Armin gritava enquanto o garoto levava as mãos para os ouvidos tentando aliviar a dor de cabeça.
Ele não tinha se arrependido do que tinha feito, na verdade, estava muito bem daquele jeito. Sabendo que Lysandre tinha pagado por tudo que tinha causado para Denise e embora sua mãe não conseguisse entender seu conflito mental, ele não se importava com isso.
— Não é possível! — ela resmungava sem parar enquanto andava para um lado e para o outro no quarto. — Sua prima está vindo para cá e você fica assim, desse jeito! Comportando-se como se isso tudo fosse normal, como se arrumar brigas no colégio fosse normal! — ela dizia passando as mãos na testa tirando o pouco do cabelo negro sobre ela rapidamente. As mãos tremulas, os olhos avermelhados ameaçando chorar a qualquer momento.
Armin não se importava.
— Isso não é você, Armin! — completou fazendo Armin rir.
— Isso sou eu... Isso sou eu resolvendo minhas coisas. — disse em um resmungo pegando o vídeo game ao lado da cama, sobre a mesa e o ligando. Começando a jogar distraidamente. Colocou os fones de ouvido e começou a balançar os pés enquanto fitava a tela do jogo sem se importar com mais nada, quando uma garota de cabelos negros com mais ou menos um metro e sessenta e oito adentrou seu quarto sorridente, batendo na porta timidamente e desviando os olhos entre ambos.
Armin tirou os fones de ouvido engolindo em seco e desviando os olhos para sua mãe que supirava.
— O que ela faz aqui? — perguntou curioso e sua mãe desviou os olhos para ele. Logo atrás da garota seu irmão adentrava. Alexy estava com os cabelos desgrenhados e um amplo sorriso no rosto. Os olhos de Armin se arregalaram, ele levantou-se da cama surpreso. — Alexy? — perguntou sorrindo enquanto ia abraçar o irmão.
— Ei! Ei! — a garota resmungou antes que ele fosse capaz de abraçar o irmão. — Não vai falar com a prima? — perguntou sentida enquanto Armin revirava os olhos.
— Você é bem chata quando quer... — cruzou os braços a encarando enquanto ela ria e o abraçava. — O que veio fazer aqui?
— Ela vai morar conosco... — foi seu irmão que respondeu.
— Como? — Armin perguntou um tanto confuso.
— Bem, devido suas atitudes na escola eu tive de tomar algumas decisões... Judy irá murar conosco por um tempo e Alexy desistiu da escola de moda por um tempo. Por isso, ambos vão ficar de olho em você. — a mãe de Armin completou um tanto repreensiva e se aproximou para abraçar o filho e a sobrinha saindo do quarto logo depois levando Judy com ela.
— Então... — Alexy passou uma das mãos na nuca pensativo. — Quer dizer que você... Quebrou um cara aí? — perguntou enquanto ria.
— Tipo isso... — murmurou como resposta.
— E a garota era bonita assim para você quebrar alguém? — perguntou rindo muito e Armin corou levando as mãos ao bolso.
— Tipo isso de novo... — riu da pergunta do irmão e mordeu o lábio inferior lembrando-se do rosto de Denise.
— É bom ver que você superou... — os olhos de Armin se tornaram cabisbaixos com o comentário e Alexy pigarreou. — Bem... Vamos descer para jantar, tudo bem? Temos muito que conversar...
— Bem, eu tenho uma coisa para fazer agora... Você pode descer... — murmurou como resposta encolhendo os ombros e Alexy arqueou as sobrancelhas.
— Mamãe não vai te deixar sair de casa...
— Pela porta não. — Armin riu e virou-se para a janela.
— Você vai fugir? — perguntou aflito.
— Eu preciso conferir uma coisa... — murmurou já passando pela janela para o telhado. — Você segura a barra pra mim? — Alexy suspirou.
— E o que quer que diga? — Armin sorriu e deu de ombros.
— Que tive dor de barriga, sei lá... Qualquer coisa cara, depois eu fico te devendo essa... — respondeu sorrindo.
— Hm... Tudo bem. — Alexy riu se afastando. — Mas não demore muito!
— Ok... — riu apressando-se em pular do telhado tomando cuidado para se esconder entre as árvores quando deparou-se com a janela da cozinha onde sua mãe e Judy conversavam fazendo a janta.
Correu para longe de casa com um sorriso bobo no rosto e andou pelas ruas desertas apressado. Era noite e a cidade estava muito deserta aquele dia, não era muito seguro ficar andando sozinho por muito tempo.
Virou algumas ruas e andou algumas quadras, já estava se aproximando da rua de Denise. A janela do quarto da garota estava aberta e ele sorriu tentando fazer uma surpresa. Agarrou-se em uma das árvores próximas usando a mesma para escalar até a varanda do quarto e jogou o peso do corpo contra ela, quando já estava em uma boa altura.
A garota estava distraída, ouvindo música com os fones de ouvido, deitada na cama, encarando o teto e Armin não se conteve em chegar por trás dela tampando sua boca e a virando pra ele com um enorme sorriso no rosto.
Ele queria quebrar todo aquele clima tenso, queria vê-la sorrir um pouco, já que só estava vendo Denise chateada naqueles dias e claro, tinha razão em ficar daquele jeito.
Os orbes azuis piscaram várias vezes assustada. As sobrancelhas cairam para frente em encanto e surpresa enquanto ela se levantava da cama e Armin se sentava ao lado dela com a respiração ofegante. O cabelo negro e desgrenhando caindo sobre a face.
— Oi... — disse timidamente para ela dando de ombros enquanto a garota estremecia preocupada.
— O que faz aqui? — perguntou de olhos arregalados e Armin ficou confuso.
— Bem, achei que...
— Que depois de bater em Lysandre tudo ficaria bem? — riu do comentário revirando os olhos. — Armin, tem ideia do que fez? — ele engoliu em seco.
— Denise... — chamou com dificuldade.
— Armin... — ela interrompeu irritada. — Lysandre não vai deixar isso barato.
— Me diga... Pra que continua com ele? — ela o olhou confusa e riu.
— Acha que é por vontade própria? — pergunto aflita e Armin a olhou sem saber o que dizer. — Acha que fiquei com ele hoje por minha própria vontade? — ela riu. — Você não sabe o que eu passei... — resmungou desviando os olhos para longe de Armin enquanto ele passava uma das mãos pelo cabelo pensativo.
— Eu vou arrumar um jeito de fazê-lo te deixar em paz, tudo bem? — murmurou repreensivo enquanto ela negava com a cabeça rindo.
— Apenas vá embora... Por favor...
Capítulo 19 — Lysandre quer conversar...
Os orbes azuis de Armin desviaram-se para a porta do quarto de Denise, ela provavelmente estava sozinha em casa e não sabia se depois de tudo que aconteceu com Lysandre a garota tinha medo de que Armin repetisse os mesmos erros, fazendo a garota sofrer tanto.
— Eu não vou embora. — resmungou em resposta aproximando-se dela. — Olhe... Eu posso fazer alguma coisa, entende? Eu posso...
— Bater nele? — indagou entre risos. — Armin, ele vai retribuir o que você fez hoje... — murmurou repreensiva. Uma parte de Armin sabia que isso era verdade e julgando Lysandre do jeito que era, ele retribuiria três vezes pior do que Armin tivera feito. — Me preocupo cocm você. — sussurrou fazendo Armin dar um meio sorriso do comentário, puxando a garota para perto e a abraçando com cuidado, beijando a testa da mesma que agarrava sua camisa desesperadamente, a puxando e pousando o rosto inclinado sobre o ombro de Armin. — Eu me preocupo muito... E sei que ele...
— Ele não vai fazer nada, Denise. — era uma mentira, uma mentira das maiores que Armin tinha contado. — Vai ficar tudo bem. — engoliu em seco afagando o cabelo da garota gentilmente, roçando os lábios pela maça do rosto dela com cuidado, traçando uma linha até o canto dos lábios onde deslizou para a boca dela, forçando os lábios contra os dela a beijando gentilmente.
O coração de Armin acelerou. Ele levou uma das mãos para trás da nuca dela a beijando com ainda mais vontade quando a garota não retrucou ao seu toque gentil. Uma de suas mãos deslizaram para a cintura de Denise a trazendo para seu colo, fazendo a garota ficar de frente para ele, mas, ambos se afastaram no minuto seguinte quando a mãe de Denise bateu na porta.
— Denise... — chamou baixo enquanto batia na porta fazendo ambos rolarem da cama, cada um para um lado.
Armin se apressou em ir para a varanda, pulando na árvore ao lado. Olho por sobre os ombros uma última vez observando o rosto de Denise e sorriu.
— Cuidado... — murmurou antes de se afastar da janela para Armin.
— Já disse... Vou ficar bem. — sorriu em resposta descendo pela árvore e correndo ao chegar no chão. Rindo da situação.
Ele estava começando a se acostumar com aquele tipo de coisa.
[...]
Chegou em casa aflito. Um carro estava parado na frente de sua porta, provavelmente o carro de Castiel a qual ele encontrou assim que abriu a porta de casa deparando-se com Nathaniel ao lado que passava as mãos sobre os delicados cabelos aloirados delicadamente. Desviando os olhos entre Castiel, Armin, Alexy e Judy.
— Olha quem chegou. — Castiel aproximou-se abraçando o amigo. — Cara o que foi aquilo hoje? — perguntou afastando-se e cruzando os braços.
— Ninguém sabia que você era bom de boxe. — resmungou Nathaniel em brincadeira dando um tapinha nas costas de Armin.
— É... — resmungou como resposta desviando os olhos para Alexy que parecia distraído na conversa com Judy. — O que vieram fazer aqui? — encarou Nathaniel repreensivo que levou as mãos até o bolso das calças.
— Lysandre pediu para conversar com você... — murmurou baixo para que Alexy e Judy não escutassem.
— Conversar? — indagou rindo. — Sobre...?
— Sobre o que aconteceu hoje. — Castiel deu de ombro como resposta pousando uma das mãos sobre o ombro de Armin. — Eu acho melhor você não ir... — resmungou fazendo Armin arquear os ombros.
— É claro que vou. — riu fazendo Castiel arquear as sobrancelhas. — Eu preciso mesmo conversar com ele...
— Armin... — Nathaniel tomou a palavra. — Lysandre não vai querer conversar... De um jeito bom. — os olhos dourados de Nathaniel tornaram-se repreensivos. — Ele... Ele está fora de si cara. — desviou os olhos para Castiel pedindo por apoio. — Nós na verdade viemos dizer para que você não saia de casa por enquanto...
— Só pode estar brincando. — deu de ombros revirando os olhos em reprovação do pedido já indo para a porta.
— Onde vai? — Nathaniel perguntou preocupado.
— Onde deveria ir? — retrucou pegando o casaco sobre o sofá já abrindo a porta de casa.
— Armin... — Castiel chamou hesitante pousando uma das mãos no ombro do garoto.
— Vamos, pare de me amolar! Diga-me, onde ele queria me encontrar? — o olhar duro e severo que Armin lançou sobre os amigos não caiu. Ele estava decidido de que iria até Lysandre para conversar... Ou talvez tentar.
— Ele está no parque. — Nathaniel respondeu em um baixo murmuro contraindo os lábios em uma linha reta.
Armin saiu apressado pela porta deixando todos para trás. Judy e Alexy pararam a conversa ao perceber a ausência do garoto e se aproximaram de Castiel e Nathaniel curiosos.
— Ué, onde Armin foi? — Judy foi a primeira a quebrar o silêncio desviando os olhos para ambos os lados da casa.
— Conversar com Lysandre. — a resposta veio de Castiel que se apressou em pegar as chaves do carro e virar-se para Alexy. — Se ele voltar me ligue. — murmurou apressando-se em ir até a porta.
— Aonde vai? — Nathaniel indagou confuso.
— Evitar que alguém saia morto... — bateu a porta dirigindo-se até o carro e entrando nele. Dando a partida.
Bem, eu confesso que ando meio desanimada com Forsaken e até pensei na ideia de fechar o tópico, mas... Eu acho que isso seria vacilo de minha parte com minhas leitoras e por isso... Ando postando tão lentamente.
Desculpe-me por isso...Esto me esforçando, até mesmo pelo pouco tempo que ando tendo com as aulas que vão voltar semana que vem...
Capítulo 20 — Deixe-me dizer como isso funciona
O gélido frio da noite não o atormentava mais de baixo de seu casaco negro que realçava a cor dos olhos azuis brilhantes.
Ele podia ouvir seus passos ecoando na rua deserta e bem ao final uma praça repleta de pessoas de sua mesma idade. Formando uma rodinha, conversando, gargalhando alto o suficiente e bebendo. Ao meio dela; Lysandre.
Armin se aproximou sorrateiramente, tão silencioso e quieto que Lysandre e seus amigos nem notaram sua presença. — até pigarrear.
— Lysandre... — pigarreou fazendo o rapaz de olhos bicolores tornar sua atenção para ele.
— Ora, vejamos quem está aqui. — sorriu para o garoto. O rosto estava com fortes machucados, alguns curativos, o olho direito não conseguia ser aberto completamente e os lábios estavam machucados e inchados. — Nosso valente herói.
— Lysandre, sobre hoje... — a frase se estendeu por um tempo quando um dos amigos de Lysandre se levantou do banco da praça, indo em direção a Armin.
— Sim, sobre hoje... Te chamei para conversar. — um dos braços de Lysandre foi posto na frente do rapaz que se adiantava em andar até Armin. — E nós vamos conversar... — sorriu para o garoto, um sorriso falso e traiçoeiro. — Embora que antes eu prefira acabar com você primeiro. — ele abaixou a mão a qual tinha usado para frear o rapaz que ia em direção a Armin; que logo estava acompanhado de mais três.
Venciam em altura e força, fazendo Armin recuar alguns passos imaginando uma maneira de sair dali. Correr não o faria uma pessoa muito corajosa, mas, ficar não o faria inteligente.
O garoto que Lysandre tinha parado se aproximou, a pele escura, os olhos castanhos, o punho serrado puxando a blusa de Armin para si, trazendo o corpo de Armin para frente tentando o acertar com um soco onde se esquivou sem dificuldade, mas, foi parado pelo restante dos rapazes de Lysandre em seguida, levando socos na boca e no abdômen, se contorcendo de dor.
— Ainda não acredito que veio sozinho. — Lysandre murmurou sentado em um dos bancos da praça vendo todo o espetáculo com atenção. Armin já cuspia sangue pela boca e só conseguia manter-se de pé por causa dos garotos que o seguravam pelos braços. — Sabe, passei na casa de Denise hoje. — disse desviando os olhos para Armin com desdém. Denise não tinha contado isso para ele.
— É impressionante o número de homens que você tem. — Armin disse com dificuldade. — Acho que supera o de mulheres. — a cara de Lysandre se contorceu em uma careta e um dos rapaz o socou novamente no abdômen.
— Pelo amor, Armin... — murmurou desviando os olhos para o chão. — Parece que Denise tomou coragem de contar a mãe o que estava acontecendo de verdade. — ele deu de ombros. — Eu pensei em ameaçar, fazer alguma coisa... — os olhos de Armin se arregalaram, até suas sobrancelhas se arquearam. — Mas, não foi bem preciso, me parece que ela vai se mudar. — murmurou um tanto irritadiço. — Ou isso foi o que a mãe dela a obrigou a fazer, embora ela se negue por causa de Yano. Lembra-se de Yano não? Aquela pest...
— Não fale assim dele. — murmurou para Lysandre que riu.
— Tudo bem, aquele garoto... O irmão de Denise o qual você conheceu. — os olhos bicolores encaravam Armin severamente, ele se levantou andando até Armin lentamente. — Bem, isso não importa muito, eu estou me cansado dela. De você inclusive.
— Ela vai se mudar? — indagou o olhando com dificuldade. Os olhos estavam inchados pelos socos que levou e talvez o nariz estivesse quebrado.
— Ou qualquer coisa assim, não me importa.
— Você é doente Lysandre. Pra que fazer aquilo tudo se nem mesmo se importava com ela e a queria? — Lysandre sorriu.
— Eu não gosto de ser traído, seja por quem for. É simples. Ela teve o que merecia...
— e traí-la sem ela ter feito nada era merecido? — Armin inclinou a cabeça para o lado já um pouco tonto quando um carro parou próximo a praça. Castiel saiu apressado de dentro, correndo até eles um tanto assustado com o estado de Armin.
— Céus! — murmurou apartando os rapaz que seguravam Armin e o ajudando a ficar de pé. — Que raio você fez Armin? — os olhos castanhos do ruivo se desviaram para Lysandre que revirou os olhos e tratou de sair andando.
— Nada, só devolvi o que era dele. — deu de ombros ignorando a pergunta.
— Lysandre! — Armin chamou com dificuldade fazendo o garoto de olhos bicolores girar o rosto para encará-lo. — Você a deixará em paz? — ele se encostou em Castiel aguardando uma resposta.
— Pense o que quiser disso... — murmurou o ignorando e continuou a andar.
Bem, como eu realmente estou desanimada com a Fanfic, eu estou indo para o fim dela o/
Desculpe-me por isso, vão ser poucos capítulos até ela acabar mesmo e depois eu vou criar uma Fanfic sobre comédia romântica, já que não ando animada com Forsaken. =/
Capítulo 21 — Eu prometo que um dia... Voltarei a vê-la
Estava louco, fora de si. O que Lysandre queria dizer com aquilo? Denise realmente iria embora? — Ele não saberia dizer, mas iria confirmar, mesmo que estivesse caindo aos pedaços.
— Onde pensa que vai? — indagou Castiel ao ver o moreno se levantar com dificuldade, sangue escorrendo pelo canto dos lábios. O corpo dolorido, estava acabado e provavelmente o nariz estava quebrado.
— Preciso conversar com Denise. — murmurou já tropeçando e quase caindo não tivesse Castiel o segurado.
— Nem pensar! — disse em reprovação. Puxando o moreno para longe, o empurrando para dentro do carro e mais tarde, entrando no mesmo.
Castiel dirigiu, mesmo que ouvindo as reclamações e lamentos de Armin. Aquilo estava começando a deixá-lo irritado. Raio, ele sempre tinha de ser tão teimoso?
Eles pararam frente à casa de Armin onde Castiel o ajudou a sair do carro e adentrar em casa. As perguntas dispararam sem parar, coisas como: Onde ele esteve? O que aconteceu? Qual o motivo de tanto sangue em sua roupa?
Ele não sabia o que responder. Sua cabeça estava distante e correu para o quarto se trancando nele, sem querer ouvir ninguém, sem querer pensar em ninguém. Querendo apenas que o dia seguinte chegasse, para vê-la... E dessa forma, adormeceu.
[...]
Ele acordou com a cabeça pesando muito, piscando diversas vezes e correndo da cama ao perceber que já era dia. Era a chance que tinha de encontrar Denise. De perguntar para ela o que realmente estava acontecendo e o motivo de tudo aquilo estar acontecendo.
Ele puxou o casaco olhando-se novamente no espelho para conferir que o nariz voltara ao normal embora que boa parte de seu rosto ainda estivesse inchada. Ele não queria vê-la daquela forma, estava horrível, deplorável, mas, não tinha escolha...
Pegou suas coisas e correu para fora de casa, tentando ligar para a menina que só dava na caixa postal. Céus, por qual motivo as coisas deveriam complicar naquela hora?
Ele correu por vários quarteirões, até finalmente chegar à Rua de Denise, pular o muro mais uma vez e bater na porta, ao perceber que a varanda de seu quarto estava trancada.
A porta se abriu.
E embora ele já soubesse que a mãe de Denise era quem iria atende-lo. Surpreendeu-se ao ver a mulher com tantas olheiras fundas, uma cara abatida, o corpo magro e vulnerável. Ela parecia ter chorado muito, por noites seguidas... E agora, estava desgastada... Acabada. A preocupação de Armin ficara ainda maior, o que teria acontecido com ela?
— Bom dia... — murmurou para a mulher que deu um meio sorriso ao rapaz sem animo algum. — Eu poderia...
— Ela está no aeroporto. — respondeu imediatamente fazendo as sobrancelhas de Armin se arquearem.
— Desculpe-me o abuso, mas... A senhora está bem? — o rosto da mulher se contorceu em desgosto, os olhos tornaram-se úmidos. — Aconteceu alguma coisa com Denise? — a mulher pressionou os lábios uns contra os outros exasperada.
— Meu filho mais novo veio a falecer. — ela declarou, fazendo Armin estremecer. Então... Esse era o motivo de Lysandre desistir de Denise? — O pai dela e eu concordamos que... Ela deveria se mudar para lá, morar um tempo com ele. A situação dela era preocupante, já não comia fazia dias. — murmurou por fim se encolhendo. — Diga-me... — os olhos da mulher encararam os olhos de um azul vivido, de Armin. — Gosta de minha filha? — indagou hesitante enquanto Armin assentia com a cabeça. — Sinto muito. — murmurou por fim andando para trás, já fechando a porta quando Armin a parou.
— Poderia me dizer... Qual é o voo dela? — indagou calmamente fazendo a mulher arquear as sobrancelhas.
[...]
Ela estava lá... Parada, de pé... De frente para o portão que a levaria até o avião, para o mais distante possível de Armin... E ele chegou ofegante... Desesperado em encontrá-la, em vê-la... Em abraça-la.
Correu pelos corredores como um maluco, fazendo várias pessoas pararem para observa-lo. Até que as mãos ríspidas puxaram o braço da garota, rapidamente, o mais ágil possível, a trazendo para perto de seu corpo e a beijando desesperadamente, entrelaçando os dedos no cabelo dela, antes que ela dissesse qualquer coisa.
Aquele beijo que o deixava sem ar e ansiando por mais, por mais daquilo... Por mais dela... Embora que nada dela fosse para ele.
Ele se afastou minutos depois a abraçando o mais forte que podia, prendendo-a em seus braços, deixando a cabeça dela tombar em seu peito ao perceber as olheiras fundas e o rosto tristonho.
— Eu sinto muito... — ele murmurou a pressionando contra o corpo. — Eu sinto muito por ele... — ele disse com dificuldade, Yano era um ótimo amigo para Armin e ele sentia a dor dela como se fosse dela. Ela chorou, as lágrimas escorriam pelo rosto e se acumulavam no queixo, caindo lentamente ao chão enquanto ela soluçava desesperadamente, puxando ar para os pulmões. — Mas, eu não quero que vá...
— Você não pode escolher isso. — ela murmurou em retorno enquanto ele afogava os cabelos dela calmamente, sorrindo.
— Sim... Se tiver de ir, sei que irá... Mas... — ele beijou a testa dela com delicadeza se inclinando para ficar na altura dela. — Ninguém disse-me que era proibido lhe esperar. — as sobrancelhas se arquearam surpresa com a resposta do rapaz. Ele inclinou a cabeça para o lado, selando os lábios contra os dela, quando as caixas do aeroporto anunciaram que o voo da garota sairia dentro de instantes. Ele a puxou novamente para os braços, a apertando o máximo que conseguia, gravando o cheiro dela na memória e principalmente o calor de seu corpo.
— Um ano. — ela murmurou para ele, se afastando e sorrindo. — Me esperaria por um ano? — ele sorriu, passando a ponta dos dedos pela maça de seu rosto.
— Eu lhe esperei a vida toda... Para mim nada seria um ano. — ele a beijou.
Fim! \o/[/b]
Bem, eu não ia terminar ela... Mas, sinceramente... Fiquei desanimada com a Fanfic, então... Achei melhor dar um fim. Estou começando uma nova Fanfic, estou quase acabando o prólogo da nova fic e logo, posto ela no fórum. ^_^ Obrigada por terem me acompanhado, ao vocês! <3
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